Em solo mato-grossense para assinar compromisso de retomada de obras do governo federal, o ministro da Educação, Camilo Santana, foi cobrado pela revogação do Novo Ensino Médio e, além de se posicionar favorável ao pedido, afirmou que o governo Lula (PT) tem o compromisso de debater o tema e melhorar a educação no país.
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A declaração ocorreu no fim de seu discurso durante evento no Palácio Paiaguás, na tarde desta quinta-feira (25). Ao lado do governador Mauro Mendes (União), ele foi interpelado por estudantes e servidores federais, que, entre outros temas, pediram a revogação da medida.
“Eu também! O que a gente precisa fazer é dialogar, construir consenso. Sei dos equívocos do Novo Ensino Médio, fui governador, sei da falta de diálogo na implantação desse processo. Desde 8 de março abrimos uma consulta pública para ouvir entidades, recriei o Fórum Nacional de Educação com a participação da sociedade. Amanhã terá encontro da UBES em Brasília sobre questão do Ensino Médio e vamos construir, pois o compromisso do governo Lula e o meu é que queremos o melhor Ensino Médio dos nossos jovens”, respondeu, diante do pedido de revogação da medida.
Ainda em sua fala direcionada aos estudantes e servidores, Camilo destacou que o Novo Ensino Médio não foi aprovado pelo atual governo.
“Ele foi aprovado em 2017; já estava em implantação desde o ano passado e num país democrático o que devemos fazer abrir o diálogo e isso é o que tenho feito. Publicamos portaria para ouvir estudantes, professores e estados, pois são os estados que implementam o Ensino Médio, não é o MEC. Não foi o MEC, mas o Congresso que aprovou a lei”, declarou, pontuando que a revogação só pode ser feita pelo próprio Congresso ou por uma decreto do presidente Lula.
As pressões de especialistas e entidades de educação com relação à reforma vão desde a falta de estrutura das escolas da rede pública à desigualdade que seria acentuada entre estados e municípios.
A suspensão do cronograma de implementação do Novo Ensino Médio foi anunciada em abril, com validade de 60 dias. Em março, o Ministério da Educação (MEC) abriu uma consulta pública para avaliar e reestruturar o Novo Ensino Médio, com duração de 90 dias.
