O governador Mauro Mendes (União) foi incisivo ao afirmar que não pretende adotar o programa de instalação de câmeras nas fardas de policiais militares de Mato Grosso. A medida é debatida na Assembleia Legislativa (ALMT), por meio de projeto de lei (213/2023), do deputado Wilson Santos (PSD).

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“Não (vamos implementar), porque se mostrou que não é eficiente”, afirmou Mauro, reforçando a teoria de que estudos apontaram a não diminuição de violência policial nos estados que já implementaram o programa.

Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no entanto, mostrou que no final do ano passado, o uso das câmeras evitou 104 mortes e teve um impacto positivo, ajudando a reduzir em 57% o número de mortes decorrentes de ações policiais.

Nesta sexta-feira (26), quando entregou 2,6 mil pistolas para unidades de Cuiabá e Várzea Grande, Mauro garantiu que a redução da violência policial “não é uma verdade” e provocou que colocaria câmeras nas fardas dos policiais, caso as mesmas câmeras também fossem instaladas nas roupas de bandidos, para filmar a atuação deles.

No início do ano, Mato Grosso registrou alguns casos de violência policial, que reforçaram a narrativa dos que defendem o projeto de Wilson Santos. Diego Kaliniski, 26 anos, foi morto a tiros por um policial militar durante abordagem na madrugada, em Vera (MT).

De acordo com a PM de Mato Grosso, policiais foram acionados para uma ocorrência de perturbação do sossego. Afirmaram ter visto um grupo reunido em volta de um carro, com música alta e pediram a documentação do veículo.

Segundo a versão da polícia, Kaliniski apresentou o documento pelo celular, mas depois pegou o talonário [bloco para notificação] e o cassetete de um deles e ofendeu verbalmente os oficiais. Em seguida, resistiu à abordagem, ao que o PM anunciou sua prisão por desacato. Logo depois, o jovem e os PMs entram em confronto físico.

Em determinado momento, Diego pegou o cassetete de um dos policiais e tentou agredi-lo. Na sequência, o policial realiza os disparos.