O presidente da Comissão Processante instalalda pela Câmara de Cuiabá para apurar irregularidades na gestão Lutero Ponce, vereador Francisco Vuolo (PR), afirmou que considera comprovada a responsabilidade do ex-presidente em relação às irregularidades detectadas.

Na avaliação do republicano, Ponce teria se inocentado das acusações na gestão da deputada estadual, Chica Nunes (PSDB), em 2006, ao argumentar que tinha o cargo de primeiro-secretário. “A situação agora se reverte. Ele é presidente da Mesa e tem a responsabilidade de toda a questão administrativa”, frisou Vuolo.

Questionado sobre os andamentos das licitações como a participação das empresas, Lutero foi enfático ao ressaltar que as questões técnicas devem ser verificadas com o secretário de finanças, atribuindo novamente a responsabilidade para o ex-funcionário. “Se o secretário tivesse sido ouvido pela Delegacia Fazendária, as dúvidas técnicas seriam sanadas”, reforçou.

Luis Enrique Camargo é uma das cinco testemunhas arroladas por Ponce, na defesa entregue para a Comissão. Além dele o ex-secretário geral da Câmara, Hiram Monteiro da Silva Filho, também será ouvido pelos membros da Comissão, nos próximos dias.

O ex-presidente da Câmara destacou que participava de algumas reuniões com os membros da Comissão de Licitação, somente quando necessário.

Desconhecimento

A contratação do advogado Hélio Hudson de Oliveira Ramos, responsável por articular empresas fantasmas e participar de licitações junto a Câmara Municipal de Cuiabá, também foi desconhecida por Ponce. O advogado foi apontado pela Delegacia Fazendária de ter sido contratado como analista e avaliador de procedimentos licitatórios.

Já em relação as despesas superiores a R$ 15 mil com sucos, café, copos descartáveis, o parlamentar justificou que os produtos referentes à Copa são ligados a presidência do Legislativo há anos. Ressaltou ainda que a quantidade que foi gasta é compatível com o consumo da Câmara.