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ACUSADO DE TRANSFOBIA

'Abílio não pode continuar fazendo em espaços públicos o que faz na roda de amigos', diz Gisela

11 Jul 2023 - 17:49

Da Redação - Érika Oliveira / Airton Marques

Foto: Reprodução

'Abílio não pode continuar fazendo em espaços públicos o que faz na roda de amigos', diz Gisela
Recém-chegada à Câmara dos Deputados, a deputada federal Gisela Simona (UNIÃO) presenciou nesta terça-feira (11) um comportamento que tem sido recorrente por parte de seu colega de bancada, o deputado federal Abílio Júnior (PL), durante as sessões da CPMI dos atos do 8 de janeiro. Em 2020, a própria Gisela foi vítima de falas machistas de Abílio, por ocasião da disputa pela Prefeitura de Cuiabá.


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“Abílio não pode continuar fazendo em espaços públicos o que faz na roda de amigos”, disse Gisela, à reportagem do Olhar Direto.

Abílio tem sido destaque da imprensa nacional desde que a CPMI dos atos golpistas teve início, por conta de seu comportamento tempestuoso durante as sessões. Acostumado a tumultuar e provocar outros parlamentares durante suas falas, ele já havia sido repreendido pelo presidente da Comissão, Arthur Maia (UNIÃO-BA), em outras ocasiões.

Nesta terça-feira, o deputado – que não faz parte da CPMI – chegou atrasado e começou a filmar a fala de Rubens Pereira Júnior (PT-MA), que estava sentado ao seu lado.

Minutos após ser repreendido por novamente conturbar a reunião, Abílio foi criticado pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP). “De fato é muito difícil, toda sessão, o deputado atrapalhar a CPMI, causar tumulto. Aconselharia o deputado a procurar tratar sua carência em outro espaço, esse espaço é de trabalho. É incompatível com este espaço que sejamos interrompidas, filmadas, constrangidas não só pelo deputado Abílio, mas por outros”, disparou, pedindo rigor do presidente da Comissão.

Na sequência, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) interrompe a fala de Erika, denunciando que Abílio havia feito uma fala "homofóbica" – levando em consideração que a deputada é uma mulher trans. “O senhor Abílio foi homofóbico, fez uma fala homofóbica. Quando a companheira estava se manifestando ele disse que ela estava ‘oferecendo serviços’. Isso é homofobia, um desrespeito e peço que o presidente o retire do Plenário".

A acusação foi confirmada por outros parlamentares, entre elas a senadora Soraya Thronicke (UNIÃO-MS).

Gisela Simona, durante a sessão, estava sentada a alguns metros de Abílio, na fileira de trás, e afirma que não pode ouvir o que o deputado falou. “Eu não ouvi o que ele falou, mas vi a reação da senadora Soraya. Ele disse alguma coisa e ela virou imediatamente, vi a expressão facial dela, mas não consegui ouvir o que ele falou. De toda forma, entendo como lamentável o comportamento do deputado. Isso é ruim inclusive para a bancada de Mato Grosso. Porque uma coisa é você ser oposição, não concordar com o que a pessoa está falando. Mas o deboche, essa ironia, esse estilo de atrapalhar as falas, isso é muito ruim. Acho que foge muito da postura correta de um parlamentar, de uma pessoa pública”, considerou a mato-grossense.

Em 2020, por ocasião da disputa pela Prefeitura de Cuiabá, Gisela e Abílio protagonizaram a principal polêmica daquele pleito. O episódio até hoje é apontado como o motivo da derrota do agora deputado federal na corrida pelo Alencastro.

Na época, em um debate na TV, Simona perguntou a Abílio Júnior sobre suas propostas para as mulheres. "Muito obrigado, Gisela. Você, inclusive, é uma ótima participante da disputa eleitoral, mesmo sendo mulher", respondeu Abílio, que depois se justificou dizendo que cometeu uma "falha de expressão".

Em relação ao incidente desta terça-feira, com Erika Hilton, Gisela teme que não seja possível comprovar a fala de Abílio, uma vez que ele fez a declaração fora do microfone. Todavia, a deputada disse esperar que o colega de bancada repense suas atitudes. Abílio, por sua vez, alega que está sendo vítima de “fake news”.

“Considerando que ele já foi advertido várias vezes, em vários momentos, e que não há respeito a quem está presidindo as sessões, acho que é importante a investigação. Mas eu não sei, sinceramente, se vai conseguir verificar o que ele falou. Porque geralmente as câmeras estão voltadas para quem fala e não para o Plenário como um todo. Mas eu espero sim que com o que aconteceu ele repense a forma de se comportar nas sessões”, pontuou Gisela.
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