O governador Mauro Mendes descartou deixar o comando do União Brasil de Mato Grosso e deu uma resposta afiada ao deputado estadual Júlio Campos, que tem feito reiteradas criticas à atual gestão do partido. Mendes assumiu a sigla no final de abril, em meio a ameaças de debandada da bancada estadual.

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“O União Brasil é o maior partido de Mato Grosso, diferente do tempo em que ele [Júlio Campos] comandava. Eu sou homem de resultados. Quando eu entro, eu entro para resolver. E pode ficar tranquilo que nós vamos continuar sendo o maior partido de Mato Grosso”, disparou o governador.

“O tempo” citado por Mendes é de quando o União Brasil ainda não se apresentava no formato de hoje. O partido, vale lembrar, nasceu da fusão entre DEM e PSL, formalizada pela Justiça Eleitoral somente no ano passado.

Júlio, assim como seu irmão Jayme Campos e o próprio governador Mauro Mendes, faziam parte do DEM. Os Campos, porém, lideram o grupo político muito antes disso.

O Democratas (DEM) foi um partido político brasileiro de centro-direita fundado originalmente como PFL, fruto de dissidência do Partido Democrático Social (PDS) que, por sua vez, surgiu após o fim do sistema bipartidário que havia sido implantado pelo Regime Militar de 1964 em sucessão à ARENA.

Júlio Campos iniciou sua carreira política pelo PSD, mas logo se filiou à ARENA, depois migrou para o PFL e de lá para cá seguiu nos partidos que sucederam.

Mauro Mendes, por sua vez, chegou ao grupo em meados de 2018, quando a sigla era o DEM. Antes havia passado pelo PR e PSB.

O governador trouxe consigo para o partido uma série de aliados e desde então ficou perceptível a divisão de forças, que hoje é conhecida como as alas “maurista” e dos “campos”.

A incompatibilidade de ideias fez com que Júlio Campos apelidasse o partido de “desunião Brasil”.

“Faz tempo que falo que Mauro Mendes é um ótimo governador, mas não tem tempo para tocar o partido e por isso hoje somos um verdadeiro partido sem partido. Não temos diretório nem em Cuiabá. É uma verdadeira desunião. O nome certo é desunião Brasil", disse o deputado.