O mato-grossense Alan Diego dos Santos Rodrigues, preso e condenado por tentar explodir uma bomba nas imediações do Aeroporto Internacional de Brasília, em dezembro de 2022, afirmou que um grupo extremista formado por militares da reserva levantou informações sobre a segurança de autoridades e sobre as instalações do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional.
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Ele confirmou a informação em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal, em 26 de janeiro deste ano, segundo publicação do jornal Folha de S. Paulo, que teve acesso ao relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) entregue à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os ataques de 8 de janeiro às sedes dos Três Poderes.
A publicação diz que os extremistas eram chamados de "Boinas Vermelhas" ou "paraquedistas". Eles, por sua vez, andavam armados e cobravam por serviços, afirmou Alan. O grupo teria se oferecido para fabricar e instalar o explosivo no caminhão-tanque carregado com cerca de 60 mil litros de diesel, mas Alan disse que resolveu fazer isso por conta própria, com a ajuda de George Washington de Oliveira Sousa.
"Os membros desse grupo [paraquedistas] cobrariam por 'serviços' e teriam, segundo Alan Diego, realizado levantamentos relacionados à segurança de instalações e de autoridades do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional, bem como de estações de energia elétrica em Brasília", diz trecho do documento que a Folha de São Paulo teve acesso.
"Alan Diego relatou que integrantes do grupo (denominado por ele como 'mercenários') queriam cobrar para fabricar e transportar a bomba no dia 24 dez 2022. Diante disso, o próprio Alan resolveu colocar o artefato explosivo em caminhão que estava estacionado nas imediações do Aeroporto Internacional de Brasília", diz outro trecho.
Alan Diego revelou que ele e George Washington deram voltas de carro pelo prédio do STF, em Brasília, com o intuito de reconhecer o local, caso colocassem em prática o plano para assassinar o presidente eleito Lula (PT) ou o ministro Alexandre de Moraes.
"Questionado sobre a pretensão de George Washington em fazer treinamentos para disparo de longa distância com luneta, Alan Diego afirmou que, juntamente com George Washington, teriam dado voltas de carro por Brasília passando pelo STF para fazer reconhecimento do local para o caso de resolverem 'chegar o sarrafo no Xandão ou no Lula'", diz o documento.
