Olhar Direto

Sábado, 20 de julho de 2024

Notícias | Cidades

PERSEGUIÇÃO

Servidora diz ter sofrido injúria racial por causa de cabelo rastafari em escola militar de Cuiabá

Foto: Harleid Claiton | Seduc-MT

Servidora diz ter sofrido injúria racial por causa de cabelo rastafari em escola militar de Cuiabá
A servidora Isa Mara Castro Rondon, 34, que trabalha como técnica administrativa na Escola Militar Tiradentes, em Cuiabá, registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil no último dia 13 de setembro contra 3 membros da administração da unidade por injúria racial. No registro, ela relata que tem sido perseguida pelo diretor Coronel Z. C. V., mais a 2º Sargento C. M. V. F. (coordenadora) e a sargento M. L. V. C. de C. por causa de seu cabelo rastafari. 


Leia também
Juíza diz que 'agiotas do chicote' usaram métodos medievais associados à crucificação de Jesus Cristo

Conforme o registro policial, Isa foi chamada atenção por uma sargento devido ao seu penteado estilo rastafari. Isa relatou que a sargento a abordou depois de ter sido questionada por alguns alunos sobre por que ela podia usar cabelos no estilo rastafari e eles não. 

A vítima relatou que, antes de adotar o penteado, consultou a secretaria a respeito de eventuais restrições quanto ao uso do cabelo. Ela reforçou que não encontrou nenhuma proibição no regulamento da escola, nem da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

No entanto, no mesmo dia 12, Isa relatou que foi chamada pela direção da escola. Na ocasião, estavam presentes o coronel diretor, a coordenadora e mais dois policiais. Isa contou que o motivo da “reunião” foi, mais uma vez, o estilo de seu cabelo. 

“O diretor mencionou que na escola tem regras e disciplinas, sua orientação é para não usar, ele não ia obrigar a tirar, mas caso contrário, vai retirar da escola”, diz trecho da boletim de ocorrência. 

A servidora então questionou o corpo administrativo da unidade e enfatizou que já tinha pesquisado tanto no estatuto do servidor público quanto no código de ética sobre regulamentação acerca do uso de penteados, mas não havia nenhuma proibição. Entretanto, não foi ouvida. 

De acordo com Isa, ela solicitou que o encontro fosse registrado em ata, mas não obteve resposta. No entanto, no dia seguinte, quando foi convocada para assinar o documento, constatou que não tinha nada com relação ao que havia sido discutido anteriormente. “[A ata] estava pronta, e nada do que foi falado ontem constava na ata, somente o que eles queriam constar, negando tudo o que falaram”.

À polícia, ela afirmou que tem uma gravação de áudio da da conversa com o diretor da unidade. A ocorrência foi registrada na Polícia Civil como injúria mediante preconceito. 

Em nota, a Seduc já foi comunicada sobre o suposto ocorrido e irá investigar administrativamente as narrativas do suposto fato. Disse também que reafirma seu compromisso em oferecer um ambiente escolar que prima pela qualidade do ensino, que possa ser atrativo, democrático e que respeite as diferenças.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

Sitevip Internet