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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Corregedoria vai investigar juiz que deu voz de prisão para mãe que se manifestou contra acusado de matar seu filho

Foto: Reprodução

Corregedoria vai investigar juiz que deu voz de prisão para mãe que se manifestou contra acusado de matar seu filho
A Corregedoria-Geral de Justiça do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) vai investigar a conduta do juiz Wladymir Perri, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, que, em uma audiência, decretou a prisão de uma mãe que se manifestou contra um homem acusado de matar seu filho. A audiência ocorreu no último dia 29 de setembro, em Cuiabá.


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Segundo o Tribunal de Justiça de Mato Grosso, o pedido de apuração do caso foi feito pelo próprio Perri ao Departamento Judiciário Administrativo  (DJA), setor responsável pelo recebimento, autuação e processamento de feitos administrativos. 

O departamento, por sua vez, encaminhou nesta quarta (18) o caso à Corregedoria, que irá analisá-lo. Ainda de acordo com a Corregedoria, uma sindicância será  instaurada para apurar a conduta do magistrado. O procedimento tem o prazo de 140 dias e tramita em sigilo.

Conforme revelado pelo Olhar Direto, Sylvia Oliveira ficou presa por mais de 5h até ser liberada por não haver elementos para mantê-la detida. Conforme a promotora que atuou no caso, Marcelle Faria, o juiz teria agido com abuso de poder, desrespeitando resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre atenção e apoio às vítimas de crimes.

Para Perri, no entanto, a atitude de Sylvia foi desproporcional e agressiva, de modo a impactar negativamente o desenrolar da audiência, que teve de ser interrompida por conta dos ânimos exaltados. 

Vídeo obtido pela reportagem mostra a confusão que se instalou na sala da audiência e a sessão teve que ser encerrada pelo magistrado. Emocionada por depor frente a frente com o algoz do seu filho, novamente Sylvia disse que, para ela, Jean não representava nada e que tinha plena concepção do que estava acontecendo.

Diante disso, porém, o magistrado disse que não havia condições de continuar o ato e suspendeu a audiência, impedindo inclusive que o Ministério Público continuasse a sua sustentação.

Encerrada a sessão, a depoente, no calor da emoção, virou-se para o réu e disse: “você irá pagar por isso tudo, mesmo que não seja na lei da terra, mas na lei de deus você vai pagar”, momento em que o magistrado imediatamente determinou sua prisão por ameaça.

Ocorre que Sylvia não se referiu à Perri, tendo reclamado contra o assassino do seu filho. Indignada com a situação, ela teria jogado um copo cheio de água no bebedouro, danificando o aparelho.

Sylvia ficou detida no fórum até perto das 21h. “A vítima era eu, sai humilhada de um lugar que era pra eu ser protegida. Queria que ele (Perri) tivesse na minha pele ou julgando uma pessoa que tivesse matado o filho dele”, disse. 

“Eu fui ali para ser testemunha de um assassinato depois de sete anos ocorrido e não fui bem tratada. Sai sendo julgada por uma coisa que não fiz, saí pior que o criminoso que estava lá dentro. Por um julgamento errado de uma pessoa que não estava preparada para me atender”, lamentou.
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