A secretária Mauren Lazzaretti (Meio Ambiente) amenizou a situação envolvendo a morte de animais durante grande incêndio que destruiu 10% do Pantanal nas últimas semanas. De acordo com a gestora, não há cenário de "cemitério" de animais mortos no bioma, já que apesar dos inúmeros focos de calor, equipe do governo estadual e de outras entidades que atuam na proteção da região conseguiram salvar muitas espécies.

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Mauren pontua, por exemplo, que ao contrário do cenário visto em 2020, não houve registro de onças mortas ou feridas. 

"Nós temos sim animais mortos, principalmente repteis, mas não há mamíferos. Não teve onça morta, os eventos são pontuais e vão acontecer, pois tivemos 10,8% do Pantanal queimado - sendo pouco mais de 500 mil hectares em Mato Grosso", afirmou, em conversa com a imprensa nesta terça-feira (21).

Nos primeiros dias de novembro, o Grupo de Resgate de Animais em Resgates (Grad) emitiu alerta sobre os incêndios que assolam o Norte do Pantanal e pediu ajuda para custear a manutenção e estadia das suas equipes que trabalham combatendo as chamas e resgatando os animais. Vídeos mostram animais que foram mortos pelos incêndios, onde voluntários e militares do Corpo de Bombeiros trabalhavam para conter as chamas e continuar resgatando os bichos. Em um deles, um macaco apareceu sem vida. 

Demora

A secretária ainda rebateu as críticas quanto a eventual demora do governo estadual na atuação para combater os focos de incêndio que aumentaram principalmente em novembro, após período de aparente controle das chamas. De acordo com Mauren, as equipes do governo estadual estavam no Pantanal em tempo integral.

Mauren explicou que apesar da situação climática vivida no país em novembro - com histórica onda de calor -, a Sema requereu apoio do governo federal, que já havia iniciado a desmobilização de suas equipes, seguindo o que era previsto.

"Fiz um ofício à ministra Marina Silva e ao presidente do Ibama, pedindo que eles reforçassem o combate nas áreas federais, porque o Corpo de Bombeiros estava sozinho nas Terras Indígenas, uma vez que o Ibama estava concentrado no Parque Nacional (Parna) do Pantanal Mato-grossense. O que pedimos foi um reforço, considerando que novembro é um mês atípico, não estava no nosso planejamento. Em ano nenhum o mês de novembro esteve com esse cenário, sem chuva, com fortes calores. É efetivamente fenômeno do El nino", explicou.

"As equipes estavam em campo, mas tivemos que prolongar o período proibitivo, prolongar o planejamento de combate efetivo, com adicional de aeronaves, pois as nossas estavam com tempo de voo esgotado - atuamos fortemente até o mês de novembro. Não é uma questão tardia, estávamos num cenário controlado, com as equipes atuando, mas ninguém podia prever um mês de novembro que, na história, desde que registramos e acompanhamos os focos de calor no país, não existiu igual", acrescentou.

Mauren ressaltou que as chuvas que caíram no final de semana ajudaram a apagar os focos de incêndio - especialmente na região do Parque Estadual Encontro das Águas e na Transpantaneira -, mas, apesar do aparente controle e da previsão de chuva intensa nos próximos dias, as equipes continuarão na região. 

"As chuvas apagaram os focos ativos, mas as equipes ainda estão lá, pois onde tem um pouco de fumaça, pode ter fogo subterrâneo. Nenhum órgão estará preparado para ventos de 45 Km/h, para calor de mais de 50º e para excesso de biomassa. O que estamos prontos, com as equipes e equipamentos, é para fazer o combate. Se houver algum ponto que exija reforço, não vamos titubear, vamos fazer o mesmo que fazemos com o decreto de emergência ate 31 de novembro, vamos estender e continuar solicitando atenção do governo federal", garantiu. 

Por fim, a secretária afirmou que o governo federal atendeu aos pedidos do estado e que há previsão de reforço nas equipes de combate ao fogo. "Tudo que nós solicitamos, eles estão fazendo esforço, ainda não conseguiram colocar todas as pessoas, mas está no planejamento de desmobilizar de outros locais, para encaminhar ao Pantanal. Eles prontamente atenderam, fizemos reuniões no final de semana e feriado. O planejamento nós conseguimos fazer em 48 horas".