Após meses de espera, negociações, conversas e rumores, o capítulo final da novela partidária envolvendo o deputado Eduardo Botelho parece estar próximo do fim, e com data estipulada para o término, segundo informou o próprio parlamentar. Ele disse que os próximos dias serão cruciais para definir sua continuidade ou saída do União Brasil. Em caso de não entendimento, vai migrar para outra sigla. 

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“[O] prazo final é semana que vem”, afirmou ao término de uma breve entrevista com repórteres na manhã desta quinta-feira (14).  O profissional, insistente, ainda emendou outra pergunta. “Se não bater o martelo, Botelho sai do União Brasil”. O deputado respondeu: “isso”. 

Botelho e Fábio Garcia travam há meses uma disputa dentro do União Brasil para definir quem será o pré-candidato do partido à prefeitura de Cuiabá. Em agosto, o presidente da Casa de Leis chegou a cravar sua saída do União quando, naquela ocasião, alegou ter tido as portas fechadas em apoio a sua candidatura.   

“Tinha outras agendas, nem sei que hora foi a reunião. Eu estou trabalhando com a hipótese de estar fora do União Brasil. Já não estou mais trabalhando com a hipótese de trabalhar dentro do partido. Já me fecharam as portas, então vou pra algum lugar que tem portas abertas para mim”, disse.

“Fecharam as portas quando não quiseram discutir a questão, que já decidiram. Estou definindo meu rumo, não tenho vocação para fazer papel da Índia Moema, que ficou nadando rio e morreu afogada procurando o Caramuru”, completou.

Desde então, o parlamentar tem aguardado uma posição do governador Mauro Mendes (UNIÃO), presidente estadual do partido, se o libera para juntar-se a outra sigla ou decide pela sua continuação no União. 

O chefe do Executivo chegou a propor uma pesquisa qualitativa para definir a sua escolha entre os correligionários. A ideia, no entanto, não foi bem digerida por Botelho. Em outra tentativa, frustrada também, o governador pediu para Botelho e Garcia, na chamada base da conversa, decidirem entre eles. 

E nenhum deles cedeu.  Agora, ao que tudo indica, a novela, enfim, caminha para os capítulos finais, com Botelho decidindo seu futuro político, se permanece ou deixa o União Brasil. Caso saia, o destino mais provável é o PSD, partido do ministro Carlos Fávaro (Agricultura), que já tem um projeto montado para recebê-lo.