A empresária Karol Guerra, sócia da esmalteria Color You, localizada na rua Marechal Floriano Peixoto, denunciou a falta de segurança na região central de Cuiabá, após ter seu estabelecimento invadido na noite de sábado (27), deixando um prejuízo de R$ 8 mil. Karol aponta que os casos de furto e invasões têm sido recorrentes.
“A minha última profissional fechou a empresa às 21h16, e logo após, 21h33, a pessoa entrou pelo teto, sem arrombamento, invadindo minha empresa. Ele pulou lá dentro e a sorte foi que ele não conseguiu entrar no salão. Mas ele fez a festa do lado de fora, danificou minha cerca elétrica e quebrou toda a tubulação do ar condicionado, para pegar cobre”, disse Karol.
O invasor ainda entrou na sala das profissionais, onde ficam os pertences pessoais de cada uma, arrombou os armários individuais e da cozinha. Segundo a empresária, o suspeito ainda comeu a comida que estava nos armários e geladeira. O homem ficou nas dependências do estabelecimento por cerca de 30 a 40 minutos.
O criminoso deixou o telhado quebrado, cerca elétrica danificada, sensor de alarme quebrado, fio de câmera cortado e tubulação de ar condicionado danificado para o furto de cobre. Além disso, quebrou os armários e furtou materiais de uso das manicures. Ele ainda deixou alguns itens separados, e provavelmente voltaria no dia seguinte para pegar.
“Ele poderia ter levado mais coisas, se não tivéssemos descoberto no domingo, ocasionalmente, porque meu gerente foi lá e se deparou com o fundo invadido. Se ele não tivesse ido, o bandido voltaria no dia seguinte para deixar tudo o que ficou separado num cantinho, e só descobriríamos na segunda-feira”, afirma a proprietária.
Karol culpa a omissão do Poder Público frente à insegurança no Centro de Cuiabá. Ela também afirma que essas situações acabam afastando os clientes.
“Nós somos reféns de uma prefeitura omissa, nós somos reféns dessa sociedade doente, porque são pessoas que usam entorpecentes, e em sua maioria está em situação de rua. Isso inibe também os nossos clientes, então é muito difícil, porque a presença deles dá uma certa inibida, e não vemos a prefeitura agir para auxiliar em relação a isso. Todos os dias a gente tem notícia de uma loja, empresa que foi furtada”, conta a empresária.
“E aí no final das contas o furto em si na verdade não é nada, porque ele entra para roubar cobre ou pra roubar, ele levou vários fios que ele achou nessa salinha de pertences, levou materiais das meninas. E comeu bastante. Aquilo que eu falei, o prejuízo em si é muito maior do que o que de fato ele levou”, complementou.
Ainda segundo Karol, os comerciantes da região central da capital estão desacreditados e tristes com a situação de todos os dias. Eles possuem um grupo de Whatsapp junto com a Polícia Militar, onde mandam as ocorrências, e os policiais são acionados.
“No grupo, o pessoal fala que não tem mais o que fazer, porque prende o criminoso, e no dia seguinte já está solto. Eles se conformam com a situação, só que está todo mundo desanimado, porque a nossa empresa é o que a gente tem, é nosso bem. Se não protegermos, não teremos clientes, que vão acabar se afastando. E os criminosos ainda entram para depredar o imóvel e gerar mais custos ainda”, expõe Guerra.
“Então, eu sinto que o centro está abandonado, não tem policiamento, dá para contar no dedo quantas viaturas passam ali pela Marechal Floriano. Isso que estou na Marechal, não estou no centro todo. A gente sente falta do policiamento nas ruas e ninguém faz nada para mudar. A briga por essa causa é porque o centro vai acabar, e eu não posso deixar e aceitar esse discurso, deixando que invadam minha empresa”, completou.
Em imagens das câmeras de segurança, é possível ver o homem nas dependências da esmalteria, abrindo armários, comendo e bebendo e deixando a sala das profissionais revirada.
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