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FAKE NEWS III

Reportagens sobre ligação entre Mauro e desembargador motivaram operação contra jornalistas e irmão de Emanuel

06 Fev 2024 - 16:18

Da Redação - Airton Marques e Luis Vinicius

Foto: Olhar Direto

Reportagens sobre ligação entre Mauro e desembargador motivaram operação contra jornalistas e irmão de Emanuel
Operação contra o irmão do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), Marco Polo Pinheiro, conhecido como Popó, e os jornalistas Alexandre Aprá e Enock Cavalcante é resultado dos desdobramentos de inquérito policial aberto para investigar calúnia, perseguição e associação criminosa a partir de denúncia feita pelo governador Mauro Mendes (União).


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O inquérito, que já resultou no indiciamento de Popó, Aprá e outros dois investigados – Luiz Augusto Vieira Silva e William Sidney Araújo de Moraes, que não foram alvos dos mandados cumpridos nesta terça-feira (6), pela Polícia Judiciária Civil (PJC) – é tocado pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos.

Em setembro, o governador, por meio de seu advogado, Hélio Nishiyama, comunicou à delegacia sobre mais um suposto crime cometido por Popó e Aprá, com a ajuda de Enock.

Conforme a defesa de Mauro, Aprá publicou em seu site, Isso é Notícia, um artigo de opinião de Enock, sobre a atuação do desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça (TJMT), sugerindo a existência de relação entre o magistrado e o governador. O artigo tinha o título: “Perri, desembargador garimpeiro: nem tudo que reluz é ouro”.

Dias antes, em 22 de setembro do ano passado, Aprá republicou uma reportagem do site Reporter Brasil, de autoria de Daniel Camargos e de Daniel Haidar. O jornalista mato-grossense utilizou uma imagem de Mauro junto a Perri, para, segundo a defesa de Mauro, estimular a população no sentido de que haveria relações ilícitas entre ambos, em especial porque a “lei que beneficiava garimpeiros” foi sancionada pelo atual governo.

A reportagem repostada acusava Perri de atuar em benefício próprio durante julgamento de ação que questionava lei estadual que liberava a extração de minérios nas chamadas “reservas legais” — áreas de propriedade privadas com vegetação nativa preservada.

O magistrado, que é sócio majoritário de uma mineradora, negou que tenha atuado em benefício próprio, já que, em plenário, votou favorável à suspensão liminar de tal regulamento, além de não haver impeditivo legal para que atue na análise da matéria.

Mauro apontou que o novo crime de calúnia consiste na imputação de que ele, enquanto governador, teria sido favorecido pelo desembargador em duas oportunidades: na decisão que decretou a intervenção estadual na Saúde de Cuiabá e no julgamento da suspensão da lei relacionada à mineração.

Ainda de acordo com o advogado, o conteúdo publicado no site de Aprá foi propagado, em seguida, por diversas pessoas, incluindo Popó, em um grupo que reúne personalidades de diversas áreas de Mato Grosso.

Em print anexado ao inquérito, imagem da tela de um celular mostra o grupo e a mensagem de Popó. Primeiro, ele encaminha um print com uma reportagem do jornalista Leonardo Sakamoto, na qual titula: “Sócio de mineradora, juiz atuou em julgamento sobre lei pró-garimpo em MT”.

Com a imagem, Popó comentou: “Essa notícia está nos dez mais vistos do Uol. Absurdo”.

Na sequência, Aprá comenta: “Isso só pode ser um engano. Desembargador Perri é tão correto e integro...”.

“De se ver a similaridade de agentes e modus operandi entre os crimes já apurados nestes autos e ‘novo’ crime de calúnia. Assim como os delitos já descortinados neste caderno policial, uma vez mais o indiciado Alexandre Aprá publicou informação caluniosa no seu site Isso é Notícia e, em seguida, o também indiciado Marco Polo disseminou a informação ofensiva em grupo de WhatsApp”, asseverou Nishiyama.

“A reiteração criminosa dos mesmos indiciados, com o mesmo modus operandi, também revela que a associação criminosa descortinada nesta investigação ainda está em pleno funcionamento, em especial porque comprova sua estabilidade e permanência na prática de crimes contra a honra”, acrescentou.

Após o encaminhamento da denúncia, o governador prestou depoimento no dia 19 de outubro, ao delegado Ruy Guilherme Peral da Silva. Na ocasião, relatou o ocorrido relacionado às matérias e confirmou o desejo de representar criminalmente contra Popó, Aprá e Enock.

Faike News III

De acordo com as informações apuradas pela reportagem, na casa dos envolvidos a polícia apreendeu celulares e notebooks. 

Desde 2021, diversos procedimentos policiais foram instaurados pela DRCI, com envolvimento dos mesmos investigados, suspeitos de desabonar a imagem de agentes públicos e políticos.

Um dos alvos investigados já possui condenação pela 10ª Vara Criminal da Capital por crime contra a honra, figurando como vítima um senador da República. Durante as primeiras investigações, ainda em 2021, dois dos investigados foram indiciados por crimes de calúnia e difamação majoradas e associação criminosa.
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