A Assembleia Legislativa (ALMT) discute sobre a possibilidade de fazer um projeto de lei para que se torne obrigatório a gravação dos treinamentos de alunos militares no estado. O objetivo é evitar que novas tragédias ocorram, como a que aconteceu na semana passada, em que o aluno do Corpo de Bombeiros, Lucas Veloso Perez, de 27 anos, morreu durante um treinamento aquático na Lagoa Trevisan, em Cuiabá.
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O deputado estadual Júlio Campos (União) esteve com a família de Lucas no Palácio Paiaguás, nesta quarta-feira (6), onde foram recebidos pelo secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia. Na oportunidade, ele tentou convencer o governo de que a medida é necessária para ser observado se há algum tipo de abuso dos treinadores dos novos militares.
“Se necessitar já colocamos à disposição a Assembleia Legislativa de fazer o projeto de lei para evitar novas tragédias. O secretário Fábio Garcia também entende que deve haver monitoramento, através de câmeras, desses treinamentos para evitar novas tragédias que possam ocorrer, é o terceiro caso que ocorre nesse sentido”, ressaltou durante entrevista ao Olhar Direto.
Conforme o parlamentar, o governador Mauro Mendes (União) não recebeu a família pois estava cumprindo outra agenda, no entanto, saiu de lá com a garantia de que não haverá corporativismo nas investigações sobre o caso.
“O governador do estado, através do secretário-chefe da Casa Civil, deu a família do Lucas toda garantia que vai haver um inquérito rigoroso, não vai haver corporativismo e que esse assunto vai ser acompanhado pari passu pelo Governo do Estado. O coronel Roveri, secretário de Segurança Pública, recebeu a família, hoje chamou a presença dele o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Alessandro, que na oportunidade defendeu a mudança total da equipe que faz esse treinamento”, disse.
O caso
Segundo as informações apuradas pelo Olhar Direto, Veloso estava realizando um procedimento de resgate. Durante a aula, o aluno pegou um "flutuador" e foi questionado se tinha condições de finalizar a atividade.
Em certo momento, Veloso acabou afundando na água e foi resgatado. Foi apontado que pouco antes de se afogar, o jovem teria reclamado que sentia falta de ar. O militar foi levado para uma unidade médica e diversas manobras de reanimação foram realizadas, porém sem sucesso.
Alunos do curso de formação de soldados do Corpo de Bombeiros discutiram a morte de Lucas em um grupo do Whatsapp e um deles sugeriu que a vítima levou um "caldo", quando a cabeça é afundada na água para testar resistência. Outros alunos chegaram a afirmar que viram parte da ação, mas só irão falar sobre o caso na Justiça.