"Uma dor que sufoca". Assim Karine Camargo classificou a morte do filho Vicente Camargo, de apenas cinco meses, na última quarta-feira (17), em Várzea Grande. Nas redes sociais, a mulher agradeceu as mensagens de apoio que vem recebendo e disse que ainda não consegue falar sobre o caso.
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MP vai buscar responsabilização de creche onde bebê de cinco meses morreu
Como noticiado por
Olhar Direto, o bebê faleceu enquanto estava sob os cuidados do berçário Criança Feliz, no bairro Marajoara. A unidade disse que o bebê foi encontrado com sinais de vômito após ter sido amamentado e foi levado às pressas para um hospital particular, onde já chegou morto.
O atestado de óbito, contudo, aponta que o menino sofreu um traumatismo cranioencefálico, o que indica que ele teve uma pancada forte na cabeça.
Ainda em choque, Karine compartilhou as diversas notícias que saíram nos veículos de comunicação a respeito da morte do filho. Em algumas das publicações, ela pede justiça pelo caso.
"Estou em choque. Não consigo ainda vir aqui e falar como tudo isso aconteceu... Agora no momento o meu coração arde, chora, uma dor que sufoca. Não consigo falar", publicou.
Já em outra, ela desabafa: “Me despertei agora porque já era de costume você acordar esse horário para o seu mama e olhei para o berço e você não está aqui, mas o seu mama está aqui te esperando filho".
Por fim, a mulher agradeceu às mensagens de carinho e pede que as pessoas continuem orando por ela.
Creche irregular
De acordo com o documento do Conselho Municipal de Educação (CME), o Espaço Criança Feliz funcionava de maneira irregular.
O CME disse que soube da existência da unidade em janeiro deste ano, após receber denúncias de maus-tratos praticados contra uma criança de apenas dois anos e cinco meses.
Após o fato, uma equipe foi ao local para notificá-la. Eles deram um prazo de 40 dias para que o berçário fizesse as adequações indicadas, prazo que venceu no dia 15 de março, "sem o cumprimento de entrada dos processos requerendo o Credenciamento e Autorização de Funcionamento da Creche". Desde então, o berçário estaria funcionando de maneira irregular.
Diante da situação, o CME decidiu remeter à situação ao Ministério Público do Estado e ao Conselho Tutelar.
O MPMT afirmou que serão adotadas todas as providências cabíveis para apuração dos fatos e que a atuação buscará eventual responsabilização, tanto no âmbito cível e criminal.