O governador Mauro Mendes (UNIÃO) comentou nesta quarta-feira (24) a fala feita há cerca de uma semana pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre a soltura de dois traficantes presos com 400 kg de cocaína em Mato Grosso. Pacheco disse que “se alguém é surpreendido na posse de 400 quilos de droga e não é preso, essa responsabilidade não é do Legislativo”.

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O caso em questão trata de uma dupla presa, em flagrante, com 400 kg de drogas e liberada em menos de 24 horas por um juiz plantonista. Após polêmica, o juiz titular revogou a medida e determinou nova prisão dos criminosos. 

“O Poder Legislativo brasileiro coloca a serviço do Brasil uma lei antidrogas que prevê como crime hediondo o tráfico de drogas, coloca à disposição leis processuais que preveem a prisão em flagrante e a conversão da prisão em prisão preventiva”, citou Pacheco. "Se alguém é surpreendido na posse de 400 quilos de droga e não é preso, essa responsabilidade não é do Legislativo”, disse.

Nesta quinta, o governador disse em entrevista à imprensa que  diverge da fala do senador mineiro. Ele ressaltou que é preciso mais coragem e “fazer mais que o necessário” para enfrentar a criminalidade . 

"Eu discordo [da declaração de Pacheco]. Entretanto, eu reconheço que o Congresso Nacional tem feito algo, como a Justiça brasileira tem feito algo. Todo mundo nesse país faz aquilo que se fala comumente. Fazemos o que é possível fazer, mas é momento de fazer o que é necessário fazer”, disse, na cerimônia de entrega de 30 mil uniformes na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto. 

"Eu entendo, sim, que o Congresso Nacional pode fazer grandes e necessárias mudanças e produzir qualidade melhor de leis, leis mais inteligentes, para que nós possamos combater a criminalidade que está aumentando no país", completou.

O governador ainda disse que, se há dados que corroboram com o aumento da criminalidade nos últimos 40 anos, em todas as áreas, é preciso fazer “algo de novo e diferente”. 

“E esse algo de novo e diferente tem que ser feito pelo Congresso Nacional, porque a Justiça ela move em cima das leis brasileiras”.

"Se um juiz está soltando indevidamente, pode ser um problema da corregedoria, mas pode ter leis, inclusive, que penalizam de forma mais austera aqueles que descumprirem, seja em que âmbito for da nossa legislação, que é a regra da nossa sociedade".