A Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal  de Rondonópolis ouviu durante toda a manhã de hoje (29), nove assessores parlamentares que trabalham para o vereador João Gomes. A ex-mulher do parlamentar, Veronice Alves dos Santos, principal testemunha, não compareceu a mais esta etapa do processo, mas enviou uma Escritura Pública Declaratória com seu depoimento sobre o caso.

No documento, Veronice desfaz as acusações que fez contra o vereador e ex-marido na noite do dia 13 de agosto, quando um boletim de ocorrência foi registrado depois de uma briga entre o casal num bar da cidade e dos policiais terem encontrado uma arma no veículo do vereador, que na ocasião foi autuado por porte ilegal de arma.

Em seu depoimento, Veronice destaca que faz uso de remédios controlados e que na noite em que acusou João Gomes não havia tomado os medicamentos. Ela afirma ainda que o vereador é um bom homem, bom pai de família e que durante o casamento houveram discussões, mas que foram dentro da normalidade.

No documento, Veronice acusa a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Sandra Raquel Mendes de ter se aproveitado da situação em que ela se encontrava naquele dia. Sandra Raquel não pode comparecer a oitiva de hoje por problemas de saúde, mas a vice-presidente, Luciene Firmina dos Santos acompanhou os depoimentos.

Luciene declarou à reportagem do Olhar Direto que o Conselho dará uma resposta às acusações de Veronice e que em nenhum momento a presidente ou qualquer representante da entidade procurou pela testemunha. “É muito fácil responder por um documento. É triste ver a Veronice dizer que o Conselho se aproveitou, mas nós vamos dar uma resposta”, adiantou.

Conforme o presidente da Comissão de Ética, vereador Milton Mutum (PR), o depoimento será anexado ao processo, mas ainda assim Veronice deve ser ouvida. “Não vamos abrir mão do depoimento dela. Por determinação da Comissão vamos usar de todos os meios possíveis para ela vir na terça-feira”, disse o vereador, que comunicou que a convocação poderá ser feita via cartório, via policial ou com publicação em jornal.

Depoimentos

Para Milton Mutum, nenhum fato novo foi acrescentado ao processo com os depoimentos de hoje. Foram ouvidas cinco mulheres e quatro homens, sendo que oito testemunhas afirmaram serem assessores parlamentares de João Gomes e um declarou que é chefe de gabinete do vereador.

Os assessores prestaram depoimento individualmente e, para todos eles, o presidente da Comissão perguntou sobre cargo, salário, desde que data trabalha com João Gomes, se tem parentesco com o vereador ou com algum parente dele, se já freqüentou a residência do parlamentar, se conhece Veronice Alves dos Santos, se tem conhecimento da vida pessoal dele, inclusive sobre relacionamentos com menores de idade e agressão à ex-mulher.

Todas as testemunhas disseram que começaram a trabalhar no gabinete no dia 2 de janeiro deste ano. Apesar de alguns afirmarem conhecer o vereador de longa data, todos negaram ter conhecimento sobre a vida pessoal de João Gomes, ter parentesco com ele e ainda terem tido algum contato com a ex-mulher do parlamentar.

Na próxima terça-feira, a partir das 8h30, serão ouvidos os depoimentos das três testemunhas de defesa do vereador - Antônio Souza Rocha (Rádio Clube), Renato Muzzetti (TV Cidade) e João Marcelo Lange (Auto Escola Educar). Se encontrada, Veronice será notificada a comparecer nesta mesma ocasião.