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Quarta-feira, 03 de julho de 2024

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TROCA DE FAVORES

Vereador usou sindicato para lavar dinheiro do tráfico e ganhou telhas de presente de faccionado

Foto: Reprodução

Vereador usou sindicato para lavar dinheiro do tráfico e ganhou telhas de presente de faccionado
O vereador Paulo Henrique (MDB) é suspeito de usar o Sindicato dos Agentes de Regulação do Município de Cuiabá (Sindarf-MT), da qual é presidente, para lavar dinheiro oriundo do tráfico. O grupo criminoso chegou a comprar uma carga de telha avaliada em R$ 10,5 mil e distribuir na sede da entidade.


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A informação consta nos autos da decisão assinado pelo juiz de direito João Francisco Campos de Almeida, que desencadeou a Operação Ragnatela, deflagarada pela FICCO (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado), nesta quarta-feira (5).

O parlamentar foi alvo de busca e apreensão, tendo seu veículo detido pelos policiais. Ele é apontado como suspeito de auxiliar na liberação de licenças e alvarás para casas noturnas supostamente usadas em um esquema de lavagem de dinheiro para o Comando Vermelho (CV).

O documento ainda que a quebra de sigilo fiscal da empresa apontou que a Sindfar recebeu a compra de telhas avaliadas em R$ 10.545 da empresa de Willian Aparecido da Costa Pereira, o ‘Gordão’, um dos donos do Dalas Bar.

Para o juiz, o fato reforça o laço entre o vereador e membros da Orcrim, configurando mais um indício de que ele se utiliza do sindicato para suas operações financeiras ilícitas.

“Outrossim, que o cumprimento de mandado de busca e apreensão, especificamente no Sindicato dos Agentes De Regulação e Fiscalização do Município De Cuiabá – SINDARF/MT, justifica-se em razão do vereador Paulo Henrique exercer a função de Presidente, utilizando-se deste também como recurso para a lavagem de capitais da ORCRIM e para auferir vantagem ilícita direta ou indiretamente, a exemplo do elemento de informação coletado durante a análise da quebra de sigilo fiscal da empresa de WILLIAM vulgo GORDÃO”, diz trecho do documento.

“Por meio da qual identificou-se a nota fiscal número 5121 0403 6586 9200 0158 5500 1000 1796 6910 0288 8241, que registra a compra de telhas no valor de R$10.545,00 (dez mil, quinhentos e quarenta e cinco), pago pela empresa W A DA COSTA PEREIRA, cujo endereço indicado na compra para a entrega das telhas foi o do Sindicato ao qual PAULO HENRIQUE é o Presidente, reforçando ainda mais o laço entre PAULO HENRIQUE e a organização criminosa”, narra outro trecho.

A operação

O esquema ganhou evidência após uma apresentação do cantor nacional MC Daniel ser interrompida por conta do comportamento hostil do público com o artista apenas por ele ser do estado de São Paulo, dominado por uma facção rival, o Primeiro Comando da Capial (PCC). 

Em continuidade à investigação, os policiais identificaram um esquema para introduzir celulares dentro de unidade prisional e transferências de lideranças da facção para presídios de menor rigor penitenciário, a fim de facilitar a comunicação com o grupo investigado, que se encontra em liberdade.

Entre os alvos da PF ainda estão o Dj Everton Detona e o empresário Willian Aparecido da Costa Pereira, único alvo preso até o momento.

 Um policial penal e fiscal da Prefeitura de Cuiabá também foram alvo de buscas e afastados das funções por participarem do esquema.

Fuga

No último dia 1º de junho, foi identificado que dois alvos da investigação fugiram para o estado do Rio de Janeiro. Um deles é considerado o principal líder da facção criminosa investigada, atualmente em liberdade, e estava viajando com documentos falsos. Os criminosos foram abordados ainda dentro da aeronave, logo após o pouso no aeroporto carioca de Santos Dumont.

A Operação Ragnatela contou com apoio do Centro Integrado de Operações Aéreas de Segurança Pública (Ciopaer) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, força-tarefa permanente constituída pelo Ministério Público Estadual, Ppolícia Civil, PM, Polícia Penal e Sistema Socioeducativo.

A Ficco-MT é uma força integrada, composta pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Polícia Militar e tem por objetivo a atuação conjunta no combate ao crime organizado no estado do Mato Grosso.
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