O bioma do Pantanal, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, registra 1.026 focos de incêndio até a quarta-feira (05), segundo os dados do programa BD Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O número é 980% maior que o registrado em 2023 (95 focos), no mesmo período.
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Ao analisarmos apenas o mês de junho, até a quarta-feira, foram registrados 127 focos, enquanto no ano anterior, foram cinco focos.
O valor acumulado até o momento é o segundo maior dos últimos 15 anos, atrás apenas de 2020, quando foram registrados 2.135 focos. Aquele ano é conhecido pelos grandes incêndios que destruíram uma área 376% maior que a média anual do bioma.
Entre os municípios mais afetados, segundo o levantamento do programa, estão Aquidauana, Miranda, Corumbá e Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul; e Poconé, Barão de Melgaço, Cáceres e Itiquira, no Mato Grosso. As áreas fronteiriças com a Bolívia também estão entre as ameaçadas.
Visando já a prevenção de um cenário pior nos próximos meses de seca, entre agosto e outubro, o Governo Federal lançou um pacote de medidas de combate à mudança do clima e de conservação ambiental, na quarta-feira, Dia Mundial do Meio Ambiente.
Também foram anunciados pactos firmados com governadores dos estados do Pantanal e Amazônia para combate aos incêndios. Aderiram à iniciativa os governos estaduais de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Amazonas, Maranhão, Tocantins, Acre, Amapá, Roraima e Rondônia.
O pacto se antecipa à perspectiva de grandes incêndios florestais de julho a novembro de 2024, intensificados pela mudança do clima. Em maio, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) declarou situação crítica de escassez hídrica na Bacia do Paraguai, que inclui a região do Pantanal.