O vereador por Cuiabá, Paulo Henrique (MDB), rebateu os apontamentos feitos contra ele no âmbito da Operação Ragnatela, deflagrada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (FICCO-MT) para desarticular um núcleo de facção criminosa responsável pela lavagem de dinheiro em casas noturnas.
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De acordo com as investigações, o parlamentar atuava como intermediador entre o grupo e servidores da prefeitura para liberação de licenças e alvarás para os estabelecimentos supostamente usados no esquema.
Em entrevista à rádio Cultura FM nesta sexta-feira (7), Paulo Henrique afirmou que é amigo do promotor de eventos, Rodrigo Leal, que foi preso na operação, há mais de 20 anos e o indicou para assumir o cargo de coordenador de cerimonial da Câmara Municipal.
Ele explicou que é fiscal da Secretaria de Ordem Pública (SORP), mas se encontra licenciado devido ao mandato de vereador e, por isso, muitas pessoas ainda o procuram para tirar dúvidas de como emitir licenças na prefeitura.
“Quem libera licença é a Secretaria de Meio Ambiente, Corpo de Bombeiro e a própria justiça com liminar. Então, assim, a pessoa procura o vereador, eu falava "procura o fulano de tal", e dali para frente não sei o que acontece”, comentou.
Sobre a aquisição de um carro em nome de laranja, Paulo Henrique explicou que sua esposa comprou o veículo, um Jeep, no nome de uma tia porque o dela estava negativado. Ele disse que essa denúncia e o pedido de destituição do Sindicato dos Agentes de Regulação e Fiscalização do Município de Cuiabá (SINDARF) foram feitos por um grupo que tentou retira-lo da presidência em 2020.
“Eles fizeram toda uma movimentação, fizeram uma assembleia para destituir e fizeram uma ata. Obviamente meu advogado entrou com mandado e no mesmo dia saiu a liminar revogando toda essa situação, enfim, era uma questão de golpe, esse grupo, eles entraram de novo na justiça e perderam de novo e o mérito saiu ganho de causa para gente, o que esse grupo fez? Me desfiliou do sindicato”, contou.
Sobre a doação de telhas, o vereador comentou que contratou a empresa que pertence a Willian Aparecido da Costa Pereira, também alvo da operação, para realizar obra na sede do sindicato. Além da obra, a empresa também ficou responsável de adquirir os produtos necessários para realização do serviço. Com isso, ele negou que as telhas tenham sido presentes ou pagamentos feitos por facção criminosa.
“Respeito o trabalho da polícia, mas eu vejo que também ultrapassaram, isso para mim foi um erro fatal, isso é mentira, é pura mentira que tem nota fiscal. Na época, precisava fazer um galpão para colocar mesa de jogo, uma questão social, e foi feita a cotação de preço e essa empresa foi a mais barata, que é a empresa do William, mas foi feita toda a cotação e essa empresa também é de serralheria e de construção civil, ganhou-se a concorrência e começou a fazer, vai lá quem quiser ver, nós pagamos a empresa, tem recibo”, enfatizou.
Em relação a compra de bolsa de luxo com dinheiro do sindicato, o parlamentar negou a aquisição da peça alegando que uma funcionária havia pedido para que usasse o valor da rescisão contratual para quitar o débito.