A petrolífera estatal Chinesa CNOOC (China National Offshore Oil Corporation) negocia com a Nigéria --que faz parte da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo)-- a compra de seis bilhões de barris, o que equivale a quase um em cada seis barris nas reservas do país, segundo reportagem do diário britânico "Financial Times" ("FT").

Os detalhes das negociações foram revelados em uma carta do escritório do presidente da Nigéria, Umaru Yar'Adua, à Sunrise, uma representante da CNOOC. O valor da oferta chinesa não foi revelado, mas detalhes das negociações sugerem que possa chegar a US$ 30 bilhões. Analistas citados pelo "FT", no entanto, falam em US$ 50 bilhões.

A Nigéria tem reservas provadas de 37,2 bilhões de barris, segundo informação do país no site da Opep.

A proposta chinesa chega no momento em que 16 de 23 licenças de exploração no país estão em processo de renovação. Gigantes do setor, como Shell, Chevron, Total e ExxonMobil operam quase a totalidade desses 23 blocos.

Um porta-voz do presidente nigeriano disse que as negociações estão em curso não apenas com a Sunrise/CNOOC mas também com outras empresas do setor petrolífero. A carta, com data do dia 13 de agosto, diz que uma primeira oferta da estatal chinesa foi "inaceitável", mas acrescenta que o interesse da empresa "em todos os blocos listados seria considerado se a oferta revisada for favorável".

A proposta chinesa faz parte dos planos de longo prazo do país asiático de garantir acesso a fontes de energia no mundo todo, diz o "FT". O conselheiro econômico da Presidência nigeriana, Tanimu Yakubu, disse, no entanto, que a China pode não ter garantidos "nem perto" de seis bilhões de barris. "Queremos manter nossos amigos tradicionais", disse.

O presidente da Shell na Nigéria, Basil Omiyi, disse que os blocos nos quais a companhia chinesa tem interesse estão atualmente sendo explorados, desenvolvidos e produzindo principalmente pela "joint venture" da empresa com o governo nigeriano. A CNOOC não comentou.