O senador Jayme Campos (União) cobrou que o presidente Lula (PT) se posicione no sentido de não reconhecer a reeleição do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. O chefe do Executivo ainda está calado sobre a celeuma, apesar de a Executiva Nacional do PT ter, por meio de nota, reconhecido a vitória.

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Os resultados divulgados pelo órgão oficial informam que Maduro foi reeleito com 51,2% dos votos, contra 44% do opositor Edmundo Gonzáles. A oposição, no entanto, afirma que González venceu com 70%.

“Eu repudio se o governo federal, se o governo presidente Lula, aceitar os resultados que aconteceram lá na Venezuela. Impossível conviver com um governo que não respeita o povo. Quem não respeita o povo não tem o direito de ser com certeza o seu dirigente e fazer um governo que certamente representa as aspirações de uma população”, afirmou, em conversa com a imprensa nesta terça-feira (30).

Ainda na avaliação de Jayme, além do Itamaraty, o Congresso Nacional, que retorna os trabalhos na próxima semana, também deve se posicionar de forma contrária a Maduro.

“O mínimo que nós temos que fazer é, de fato, o Congresso Nacional, o Poder Executivo, é não aceitar o resultado que toda a sociedade venezuelana e o mundo inteiro está dizendo que foi fraudado as eleições. Tanto é que tem aí algumas divulgações que se somar os números do Maduro, do seu opositor e de outros que estavam disputando a eleição, dá 130% dos votos”, declarou.

“Algo está errado. Eu acho que o Brasil tem um papel preponderante, sobretudo que vive uma democracia plena, é um país que defende o Estado Democrático de Direito. Esse governo ditatorial que lamentavelmente tem causado sérios prejuízos à população venezuelana. Isso é inadmissível em pleno século XXI ter que conviver com pessoas que, lamentavelmente, têm prejudicado a população. O Brasil tem que dar uma resposta à altura do que merece esse ditador que é o Maduro na Venezuela”, acrescentou. 

Os resultados da eleição, divulgados na noite de domingo (28), ainda são contestados pela oposição e vistos com desconfiança pela maior parte da comunidade internacional, incluindo o governo brasileiro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fundador e principal nome do PT, ainda não comentou o tema publicamente. Em nota (leia abaixo), o governo brasileiro saudou a ocorrência das eleições, mas cobrou maior transparência nos dados e não reconheceu explicitamente o resultado.

“Evidentemente nós teríamos que ter aqui a capacidade de também sem resignar e sobretudo de apurar a verdade. Caso contrário nós compactuaremos com um governo que não representa as aspirações da sociedade venezuelana. Esse governo parece que arrebentou com o país, quebrou o país, conseguiu um fato quase surreal, quase 7 milhões de venezuelanos deixaram a sua pátria para ir para outros países para tentar sobreviver e sair desse regime autoritário”, pontuou.