O conselheiro-presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), Sérgio Ricardo, sugeriu à empresa Rumo que, além de transportar cargas de grãos e farelos, estude a possibilidade de usar vagões para o transporte de pessoas.

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Durante vistoria às obras da ferrovia Senador Vicente Vuolo nesta quinta-feira (22), Sérgio comentou que a medida iria diminuir o tempo de viagem entre cidades e estados, além de sair mais em conta ao bolso da população do que um bilhete para viagem de avião.

“Com um ano de idade já andava de trem, quero deixar registrado o nosso pedido para que transporte. Mas só queremos transportar soja”, mas vamos pensar em gente. Daqui a pouco um trem daqui vai para Santos [SP], imagina uma pessoa que sai daqui, não sei quanto tempo dura a viagem, mas deixe uns 30 vagões para [transportar] gente”, pediu.

O conselheiro disse que entende que a intenção da empresa é instalar os trilhos para melhorar a logística da produção de grãos, no entanto, deixou a ideia para ser estudada.

“Pense no nível da satisfação, transportei muita soja, muito milho, mas transportei gente, transportei mãe, transportei mulher grávida, transportei gente para fazer consulta em São Paulo. Eu acho que a graça está aí, a graça é ajudar pessoas. Imagina chegar em casa e falar: “hoje transportei 500 vagões de soja, que soja linda, mas transportamos também 50 vagões de gente que não tinha condições de comprar uma passagem de ônibus”. Faça pelo agronegócio, pelos grandes produtores que cuidam do desenvolvimento de Mato Grosso, mas vamos fazer por gente também”, reforçou.

À reportagem , o gerente da Rumo, Rodrigo Verardino, descartou a sugestão de transportar pessoas. Ele afirmou que seriam necessárias outras licenças e esse não é objetivo da Rumo.

O conselheiro-presidente e o senador Wellington Fagundes (PL) realizam vistorias nos canteiros de obras da ferrovia localizada entre os municípios de Primavera do Leste, Campo Verde e Dom Aquino para saber o andamento do projeto que deve ser concluído em 2030.

Na avaliação de Sérgio Ricardo, a obra está andando a passos largos e que o Tribunal de Contas vai acompanhar cada centímetro do modal que vai beneficiar Mato Grosso e o Brasil, garantindo conexão com a malha ferroviária nacional até o Porto de Santos, ajudando no escoamento de grãos para exportação.

A ferrovia prevê trajeto saindo de Rondonópolis, passando por Cuiabá e chegando a Nova Mutum e Lucas do Rio Verde. Serão construídos 730 quilômetros de trilhos em dois trilhos, um saindo de Rondonópolis em direção à capital e o outro com destino ao Nortão.