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Terça-feira, 27 de agosto de 2024

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impacto no fluxo de clientes

Estabelecimentos do Jardim Cuiabá se revoltam com estacionamento rotativo: "vai arrebentar o comércio da região"

Foto: Olhar Direto

Estabelecimentos do Jardim Cuiabá se revoltam com estacionamento rotativo:
Os comerciantes e empresários do bairro Jardim Cuiabá estão indignados e preocupados com as recentes mudanças nas ruas da área. A introdução do estacionamento rotativo, popularmente chamado de faixa azul, pode impactar o fluxo de clientes nos estabelecimentos locais, gerando receio entre os trabalhadores da região.


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Segundo a empresa CSI Mobi Cuiabá, do Grupo Simpar, o intuito é atender o alto fluxo de veículos devido à concentração de clínicas, comércios e hospitais nas proximidades. As novas vagas rotativas estão localizadas nas vias: avenidas das Flores e Ramiro de Noronha; e nas ruas dos Girassóis, Hortências, Papoulas, Camélias, Violetas, Orquídeas, Margaridas, Begônias, Dálias, Miosótis, Crisântemos, Lírios, Tulipas.
 
Em entrevista ao Olhar Direto, Sara Silva, sócia da loja Catarinas Sisters Brechó, revelou que as recentes alterações nas ruas têm causado impactos negativos para seu negócio. As mudanças no sentido das ruas foram implementadas para acomodar os novos estacionamentos, contudo, muitos clientes se sentem perdidos devido às alterações e acabam desistindo de visitar a loja.
 
Sara explicou que mesmo com a grande quantidade de comércios no bairro, o local ainda abriga muitas casas residenciais, e os moradores também estão sofrendo com as mudanças. Conforme ela, alguns terão que pagar para estacionar na frente de sua própria casa.
 
“Apesar do comércio ser muito grande na região, aqui ainda é um bairro residencial. Essas mudanças deixaram as pessoas muito confusas e isso prejudica muito. A pessoa desiste de vir porque fica rodando até descobrir onde vai encontrar o local que quer, e acaba afastando mesmo pelo fato de ter que pagar por uma coisa pública, uma rua. Tem pessoas que moram aqui e provavelmente vão ter que pagar para estacionar na frente de casa”, explicou.
 
Ezequiel, proprietário da Corrie Moda Fitness, também relatou ao Olhar Direto que teria sofrido grandes prejuízos se não tivesse buscado ajuda da empresa responsável pelas mudanças. Ele explicou que as faixas de estacionamento foram colocadas em frente à sua loja, apesar de haver um estacionamento próprio na calçada. Isso, segundo ele, dificultaria completamente a entrada do estacionamento para seus clientes.
 
Ele ainda afirmou que essa mudança vai "arrebentar" o comércio da região. Ezequiel destacou que o aluguel na área é um dos mais altos da cidade e os comerciantes enfrentam muitos custos para oferecer conforto e qualidade aos clientes. No entanto, ele acredita que, em vez de beneficiar o comércio local, a mudança só trará vantagens financeiras para a prefeitura e para a empresa responsável pela gestão dos estacionamentos.
 
“Esses estacionamentos acabam privando o cliente de fazer as compras. Para a prefeitura vai ser bom, eles vão arrecadar muito dinheiro e por isso não vão largar o osso. Mas, para nós comerciantes, que pagamos um dos aluguéis mais caros da cidade, para fornecer um atendimento melhor e conforto para o cliente, não vai trazer benefício nenhum, vai só arrebentar o comércio”, destacou.
 
Nayra, proprietária de uma barraca de açaí na Avenida das Flores, declarou que está se sentindo bastante prejudicada pela mudança. Ela explicou que já desembolsa um valor anual para manter seu trailer legalizado pela prefeitura e, agora, terá que arcar com uma nova taxa mensal para que o veículo possa permanecer estacionado.
 
No entanto, o valor não inclui o carro que ela usa para transportar o trailer. Assim, a comerciante terá que pagar pelo estacionamento do veículo todos os dias e ainda enfrentará o trabalho de precisar retirar o carro a cada 4 horas.
 
Nayra explicou que há poucas informações sobre o início e o funcionamento exato da nova regra, o que está dificultando o fluxo de clientes. A falta de placas indicando o horário de tolerância para estacionamento está impactando negativamente, pois muitos clientes preferem não pagar estacionamento apenas para comer no local. Ela mencionou que, devido a isso, teve poucos clientes no dia, já que a maioria evita o local devido aos custos adicionais.
 
“Eu tenho bastante cliente. Como eles vão fazer para estacionar? Não param, ninguém para, e muitas vezes é por receio porque não tem informativo. E aí a gente que tem se virar. Não tive um cliente hoje porque ninguém quer pagar estacionamento. Falaram que é 10 minutos de tolerância, mas nessa avenida inteira não tem uma placa com essa informação”, afirmou a empreendedora.
 
Telson, que vende churrasco grego no mesmo local que Nayra, também expressou sua insatisfação com a situação. Ele explicou que há poucas informações disponíveis para os comerciantes da área, obrigando-os a buscar esclarecimentos junto à empresa para obter informações básicas.
 
Segundo Telson, apesar de ter que pagar um valor adicional pelo trailer, o maior problema é a perda de clientes. Ele acredita que o movimento irá diminuir porque os clientes terão que pagar para permanecer pouco tempo nas barracas de lanches. Telson afirmou ao OD que, se o prejuízo for significativo, poderá ser forçado a mudar o local de trabalho.
 
“E a questão toda é como vão ficar nossos clientes. Como vão parar para comer o lanche? Acredito muito que nosso movimento deve cair, porque não pode parar. É uma situação muito ruim”, pontuou o comerciante.   
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