Terminando sua passagem na Prefeitura de Cuiabá, o prefeito
Emanuel Pinheiro (MDB) tenta superar os problemas de gestão e as quase duas dezenas de operações de combate a corrupção no município para ser o segundo prefeito a conseguir eleger seu sucessor no Palácio Alencastro. O emedebista, enfraquecido politicamente, apoia o empresário Domingos Kennedy (MDB).
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Desde o fim da ditadura militar, em 1985, apenas
José Meirelles (PSDB) conseguiu sucesso em ver um candidato apoiado por ele assumir a prefeitura. Na época, Meirelles havia assumido a cadeira após renúncia de
Dante de Oliveira (então no PDT) e, ao não buscar a reeleição, decidiu chancelar o nome de Roberto França (então no PSDB).
Antes disso, Meirelles foi apoiado por Dante – eleito em 1985 – no pleito de 1988. Na ocasião, no entanto o aliado do então prefeito ficou em terceiro lugar, atrás de Roberto França (então no PTB) e
Frederico Campos (PFL) – eleito com 38,60% dos votos válidos.
Em 1992, Frederico Campos não pode concorrer à reeleição e apoiou Murilo Domingos (então no PRN) – anos depois eleito prefeito de Várzea Grande. Murilo foi derrotado por
Dante de Oliveira (filiado ao PDT), que ficou fora da Câmara Federal dois anos antes e recebeu 68,21% dos votos válidos para o Alencastro.
Dante não chegou a terminar o mandato, renunciando em 1994, ao ser eleito governador. Meirelles ficou no cargo, apoiando
França em 1996. O ex-prefeito ainda foi reeleito em 2001, pelo PPS, e quatro anos depois apoiou o hoje conselheiro Sérgio Ricardo, do Tribunal de Contas (TCE-MT).
Sérgio, também do PPS, foi terceiro lugar, ficando fora do segundo turno disputado entre Alexandre Cesar (PT) e
Wilson Santos (então no PSDB) – vitorioso com 52,85% dos votos.
Wilson foi reeleito em 2008, num segundo turno com Mauro Mendes – na época filiado ao PR. Em 2010, renunciou ao Alencastro para concorrer o governo, deixando o vice,
Chico Galindo – filiado ao PTB – na cadeira.
Em 2012, Galindo demonstrou clara simpatia à candidatura do atual conselheiro Guilherme Maluf, do TCE, que disputou a prefeito pelo PSDB. Por questões partidárias, no entanto, se manteve neutro durante a campanha.
Neutralidade também repetida por
Mauro, eleito prefeito em 2012. Ao decidir de última hora não buscar a reeleição em 2016, o atual governador de Mato Grosso viu seu grupo político – liderado por Pedro Taques – lançar Wilson contra Emanuel.
Na época, Wilson era desafeto de Mauro, por conta da disputa de 2008. O então prefeito chegou a subir no mesmo palanque que o deputado durante as convenções, mas durante a corrida eleitoral ficou distante do ex-tucano.
No período, muito se falou sobre a simpatia de Mauro à candidatura de Emanuel, que havia sido seu coordenador na campanha de 2010. Quando eleito, o emedebista foi prestigiado pelo seu antecessor. No entanto, a relação azedou logo nos primeiros meses da nova gestão e hoje os dois são inimigos mortais.
Reeleito em 2020, Emanuel tenta agora defender o seu legado. Lançou Kennedy que ainda não decolou nas pesquisas contra Eduardo Botelho (União), Abilio Brunini (PL) e Lúdio Cabral (PT).