MÉDICOS X PREFEITURA: MAIS UM ROUND - Nenhum dos lados foi a nocaute. Na última reunião entre SINDIMED e Prefeitura, na sede do MPE, houve um tentativa de arbitramento. Boa parte das 14 reivindicações (8 consensuadas) foi atendida. Ou, será. Tudo indica que o prefeito cumpre o que promete e só não promete o que não pode cumprir. Aí reside o problema. Os salários dos médicos têm tantos penduricalhos que é difícil saber o que, de fato, cada um ganha e como ganha. Assisti à reunião. Acho necessário descomplicar o que pode ser descomplicado. Adicional de produtividade: deve ser pago, caso o médico fique doente, por exemplo. Caso a médica entre em licença maternidade, idem. Há, no entanto, alguns impedimentos legais. Exemplo: prêmio. O STF já sumulou: prêmio, é o que diz a etimologia - recompensa. Ora, é claro que o médico para fazer jus à ''recompensa'' precisa preencher requisitos. Também, de imediato, em plena crise de arrecadação dos municípios, que ficam apenas com 14% da Receita Tributária total, atender de chofre ao que se pretende é impossível. E por sinal, fazer isso, desrespeitando os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal, sujeita o prefeito a ir para a cadeia. Só isso. Talvez, por isso, WS tenha receio de aplicar o ditado guevariano: ''Hay que endurecer, pero sin perder la ternura, jamas''. Ao contrário. A ternura, necessariamente, deve ser perdida.