Discutir o Projeto de Lei (PL 6077/09) de autoria do executivo, que dispõe sobre o cultivo sustentável da cultura canavieira, e o decreto que estabelece o Zoneamento Agroecológico (ZAE) da Cana-de-açúcar no País. Para isso, uma audiência pública será realizada amanhã (6) pela Assembléia Legislativa de Mato Grosso, com produtores rurais e representantes das classes políticas de MT e MS. O senador Gilberto Goellner (DEM/MT) também participa do debate previsto para começar às 8 horas, no auditório Milton Figueiredo.

Segundo o parlamentar, o projeto encaminhado para o Congresso restringe o crescimento da cana até mesmo em áreas agrícolas e pastoris já estabelecidas. “A Bacia do Alto Paraguai é uma região altamente fértil, já ocupada por diferentes culturas como o algodão e a soja, por exemplo. Culturas que, por sua vez, fazem uso de agroquímicos, defensivos e mecanismos agrícolas muito mais agressivos ao solo e ao meio ambiente, do que os usados no cultivo da cana-de-açúcar. O vinhoto produzido pelo bagaço da cana é fonte de energia, é adubo para o solo e não um poluidor, como querem fazer acreditar algumas Organizações Não Governamentais Ambientalistas. Isso é tecnicamente comprovado pela EMBRAPA”, ressaltou.

O ZAE da Cana-de-açúcar proíbe o plantio da cultura em 81,5% do território brasileiro, incluindo Amazônia, Pantanal e a região do Alto Rio Paraguai. Em Mato Grosso 80% do plantio da cana está concentrado na Bacia do Alto Paraguai, sem que ao longo dos últimos 25 tenha ocorrido qualquer incidente ambiental. O zoneamento irá restringir novos plantios e tornar inviável todos os projetos de instalação de novas usinas, além de limitar a expansão das indústrias já existentes. “Cento e quinze, dos 141 municípios mato-grossenses estão dentro das Bacias do Alto Paraguai e Alto Araguaia, e dependem de investimentos como esses para a geração de empregos e desenvolvimento econômico local”, avaliou Goellner.