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Quarta-feira, 02 de outubro de 2024

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FLIMT mostra magia da cultura indígena

“Nossos antigos são os portadores de toda a sabedoria que deve ser expandida e compartilhada com todos os povos. É por isso que nós pedimos que eles estejam presentes espiritualmente durante cada uma das atividades”. Com essas palavras o líder tradicional indígena, Manoel Moura pediu a proteção de seus antepassados durante a cerimônia espiritual realizada na manhã, desta terça-feira (06), na Oca Central da Feira do Livro Indígena de Mato Grosso (FLIMT).


Manoel é uma liderança do povo Tukano e, juntamente com Álvaro Tukano, também de seu povo, explicou como os sentimentos de amor e sabedoria são fundamentais para a tolerância entre os homens. “É preciso ter amor no coração para que o mundo viva em paz e a sociedade entenda o índio, seus costumes e suas tradições”, disse.

Outra homenagem à natureza realizada na Oca Central, e encantou o público, foram as duas danças nativas apresentadas por representantes do povo Umutina. O grupo de 12 indígenas que se apresenta em todo o Estado divulgando a cultura, não só Umutina, como de todos os povos indígenas, realizou a dança da “andorinha” que simboliza a união de forças. “Assim como as andorinhas se unem para fazer o verão, é preciso que os índios se unam para conquistar seus direitos”, enfatizou Luciel Boroponepa, integrante do grupo. A outra dança apresentada pelo povo Umutina, é sempre realizada por ocasião de eclipses solares. Luciel explica que para os brancos, o eclipse é algo belo, já o seu povo não gosta do fenômeno. “Quando o sol e a lua ficam juntos no céu, nós cantamos essa música para que o eclipse se desfaça”, explica.

A manhã ainda seguiu emocionando os participantes. O escritor e presidente do Núcleo de Escritores e Artistas Indígenas (Nearin), Daniel Munduruku falou sobre a importância da literatura direcionada a crianças e adolescentes na educação cultural. “As crianças têm sido o principal alvo da literatura indígena. Fazemos isso para que elas cresçam com uma outra visão dos povos indígenas, trazendo consigo as raízes fortes e alicerçadas da cultura indígena”, destacou. Ele ainda frisou a bravura com que os indígenas têm lutado para preservar suas tradições. “A união pela preservação do nosso conhecimento é cada vez mais forte. Estamos juntos lutando por isso e agradecemos as oportunidades que nos são dadas, como essa, onde nossa cultura pode ser apreendida por todos os homens”, finalizou.

Ainda durante a manhã foi lançada a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas. A declaração editada e impressa pela primeira vez em língua portuguesa, foi entregue pelo secretário de Cultura do Estado Paulo Pitaluga a Daniel Munduruku como sinal de respeito à tradição e à cultura desses povos.
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