A bronca pública de Mano Menezes fez efeito. O Corinthians bateu o Grêmio, sábado à tarde, no Pacaembu, encerrou uma série de cinco jogos sem ganhar e apagou a má imagem deixada no 1 a 1 contra o Fluminense, na quarta-feira.

"Tudo que ele nos falou foi importante", disse o lateral-direito Alessandro. "A gente precisava recuperar os pontos perdidos. Quem veste essa camisa precisa correr", acrescentou.

Com a vitória, o Corinthians, com 42 pontos, chegou ao sétimo lugar no Brasileiro, ao menos até este ponto da rodada.

O time alvinegro deve a vitória a Ronaldo. O Fenômeno foi mais uma vez decisivo. Anotou o primeiro gol, deu o passe para o segundo e criou as melhores chances.

É difícil saber se Ronaldo não corre porque não quer ou porque não consegue --passou a semana tratando uma tendinite no joelho direito. Mas é fato que ele não precisa. Só trotando, o camisa 9 do Corinthians aterrorizou a defesa do Grêmio.

Jogando mais longe da área do que está acostumado, Ronaldo criou duas boas chances antes dos 10min, com passes para Elias e Marcelo Oliveira.

Aos 11min, resolveu arriscar seu primeiro chute a gol. De perna esquerda, mandou no canto de Marcelo Grohe: 1 a 0.

Ao ser vazado, o Grêmio acordou. E só não empatou porque Felipe fez duas grandes defesas, em uma cabeçada de Jonas e em um chute à queima-roupa de Maxi López.

O Corinthians jogou com oito dos titulares que venceram o Paulista e a Copa do Brasil. Só não estavam em campo Cristian, André Santos e Douglas, vendidos em julho e substituídos por Marcelo Oliveira, Marcelo Mattos e Jucilei.

O time dirigido por Mano esperava o Grêmio no campo de defesa e só ameaçava em contragolpes. Aos 20min, após triangulação com Jucilei e Elias, Dentinho errou o chute.

Logo depois, em jogada semelhante, mas com outros personagens, o Corinthians ampliou. Ronaldo recebeu de Jorge Henrique e deixou Elias à vontade para marcar.

"Foi uma semana muito boa", disse Ronaldo, ao fim do duelo. "Tive tempo para treinar, me preparar, e isso me deu uma boa condição para jogar."

Na etapa final, o time da casa manteve a mesma estratégia. Isolou Ronaldo na frente, ao lado de Defederico, que entrou no lugar de Dentinho, e se entrincheirou na defesa.

Mesmo assim, o Grêmio não assustava. O time de Paulo Autuori sentia a falta de Souza, suspenso. Mesmo assim, descontou com Réver, de cabeça, após cruzamento de Tcheco.
Marcação

Para o técnico corintiano, o principal fator para a vitória de hoje foi tático.

"Pudemos escalar três jogadores de roubada de bola no meio e tivemos uma marcação forte", disse.

Mano também minimizou a bronca que deu no elenco e a boa atuação de Ronaldo. "Se futebol fosse só motivação, seria fácil", falou. "O Ronaldo atuou contra Goiás [1 a 4] e Atlético-PR [1 a 3], jogos em que não fizemos o resultado", concluiu.