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Sábado, 04 de maio de 2024

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Após rompimento com produtora, Bebel lança disco "esvaziado"

Canção-título do álbum mais famoso dos Novos Baianos, "Acabou Chorare" foi composta por Moraes Moreira e Luís Galvão a partir de uma frase de Bebel Gilberto.

Foto: Marisa Cauduro/Folha Imagem

A cantora Bebel Gilberto durante sua passagem pelo Brasil, na semana passada

A cantora Bebel Gilberto durante sua passagem pelo Brasil, na semana passada

Canção-título do álbum mais famoso dos Novos Baianos, "Acabou Chorare" foi composta por Moraes Moreira e Luís Galvão a partir de uma frase de Bebel Gilberto. Ainda bem pequena, ela a disse quando seus pais, João Gilberto e Miúcha, a acudiam de um tombo.


A cantora Bebel Gilberto durante sua passagem pelo Brasil, na semana passada
A menina costumava misturar português e espanhol, graças a uma temporada vivida no México. Quando viu os mais velhos em volta, aflitos para saber se ela tinha se machucado, Isabelzinha limpou as lágrimas: "Acabou chorare, papai". O episódio foi relatado aos amigos baianos e nascia ali um clássico da MPB.

Lançando agora o álbum "All in One", a "coautora" de "Acabou Chorare" fez finalmente seu registro para a canção de que foi musa na infância. Mas, por desentendimentos com a produtora Paula Lavigne, a faixa não entrou no disco. Nem essa nem um bom número de outras, criadas --e gravadas-- originalmente para ele.

"Posso dizer que esse disco [que saiu] é uma seleção de um todo", diz Carlinhos Brown, responsável pela produção musical de muitas das faixas não lançadas em "All in One".

O músico diz sentir falta de algumas das que não vieram à tona, como a inédita "You and Me". "Acho que, com o tempo, vai se fazer proveito desse material lindo."

A parceria de Bebel e Paula Lavigne surgiu a partir da participação da cantora na trilha de "Reis e Ratos", filme do diretor Mauro Lima que Lavigne está produzindo. Bebel gravou uma das canções inéditas de Caetano Veloso que vão estar na tela.

O resultado agradou tanto uma quanto outra. Resolveram, então, seguir em dupla. Partiram juntas para a Bahia, onde Brown as esperava, e começaram a produzir aquele que seria o novo álbum de Bebel.

"Elas duas têm uma química maravilhosa. Que gente genial", comenta Brown. "A Paulinha é uma pessoa incrível, tem um olho maravilhoso e é sempre cercada de gente de alto nível. Bebel tem a herança musical, é como se João Gilberto "cazuzasse". Foi bom o que elas proporcionaram à obra."

Muitas faixas "geniais", segundo Brown, foram produzidas --inclusive com participações especiais de Caetano e Seu Jorge nos vocais, conforme chegou a ser divulgado na época das gravações.

Até que aconteceu o tal desentendimento entre artista e produtora. Lavigne abandonou o barco em pleno curso, levando consigo todo o material feito sob os seus cuidados.

"Infelizmente, não deu para continuar", diz Bebel, sem dar maiores detalhes do rompimento. "Mas Paula teve seu valor. Ela foi uma pessoa que ajudou muito e sou muito grata à participação dela."

Participação que, ao menos na prática, não aparece em "All in One". Afinal, sem o material levado pela ex-produtora, Bebel teve que recomeçar o trabalho e dar à luz um álbum novo.

Lavigne foi procurada pela Folha para comentar o assunto. A assessoria de imprensa da empresária disse que ela não gostaria de se manifestar antes de a matéria ser publicada.

Enquanto isso, as faixas do real "All in One" esperam no fundo do baú de Lavigne. "Acabou Chorare" entre elas.

Para a canção que remete à infância de Bebel, Brown conta que fez um arranjo "só com violões, gotas d'água e um sino do século 16". "Levei o microfone para uma fonte e gravei a água. Trouxe essas gotas para o computador e fiz melodias com elas", diz. E torce: "Vamos querer que isso seja lançado, todo mundo vai gostar muito".
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