O deputado e médico Wallace Guimarães (PMDB) não poupou críticas à decisão do prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), em contratar uma empresa privada do Rio Grande do Sul para substituir os médicos demissionários do Hospital Pronto Socorro Municipal de Cuiabá (HPSMC).
Para o parlamentar, que fez as declarações na sessão da Assembléia Legislativa desta quarta-feira (14), é preciso ter mais respeito com a população de Cuiabá e Várzea Grande, pois elas são responsáveis pela dupla vitória dos gestores municipais e estaduais que estão no poder.
Os médicos da capital paralisaram atividades desde o dia 7 de setembro, mantendo apenas os serviços de urgência e emergência. Uma semana depois, os médicos de Várzea Grande também cruzaram os braços exigindo aumento salarial. A classe alega falta de condições do exercício pleno da medicina e, no caso de Cuiabá, difícil relacionamento com o secretário de Saúde, Luiz Soares.
“Imagina que vai trazer médicos do Rio Grande do Sul, do Paraná, ou qualquer outro estado do país, para pagar este salário e resolver os problemas”, ironizou Wallace. Segundo ele, Wilson Santos deveria seguir o exemplo de Murilo Domingos (PR), prefeito de Várzea Grande, e oferecer um aumento salarial aos médicos para tentar resolver de uma vez a celeuma.
Contudo, o prefeito de Cuiabá já solicitou um prazo de 60 dias, que foi aceito pelo Sindmed (Sindicato dos Médicos), para apresentar um novo Plano de Cargo, Carreiras e Salários (PCCS) à Câmara de Vereadores com regime de urgência especial. Só que em Várzea Grande, apesar da proposta de aumento do piso em mais de 100%, os médicos continuam em greve.
Inclusive, o Pronto Socorro de Várzea Grande vem trabalhando além da capacidade máxima. Em algumas ocasiões, o diretor administrativo financeiro da unidade, João Santana Botelho, alegou que os funcionários chegaram à exaustão física. Com a reforma do HPSMC a lotação no hospital da cidade vizinha deve aumentar ainda mais.
Além de tecer críticas ao prefeito de Cuiabá, Wallace pediu que o governador Blairo Maggi e o secretário de Estado de Saúde, Augustinho Moro, se esforcem para resolver o problema da saúde. Para ele, não 'e só a capital que sofre com esses problemas, mas todo estado.
