Os produtores de algodão estão apreensivos com o futuro. As projeções de preço e custo feitas para a próxima safra apresentam um cenário pessimista. Para complicar, o governo federal sinaliza a possibilidade de reduzir recursos oficiais para equalizar preços pagos ao produtor.

Esta conjuntura de fatos negativos para o setor levou a Associação Brasileira de Produtores de Algodão a reunir parlamentares, nesta quarta-feira (14.10), em Brasília. A entidade solicitou apoio dos deputados e senadores para reforçar o orçamento do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) com emendas ao Orçamento da União em 2010.

A previsão do governo para 2010 é reduzir em 59,45% o volume de operações oficiais de crédito em relação a 2009. No orçamento estão previstos R$ 1,200 bilhão, dos quais R$ 700 milhões serão utilizados no Café e o restante R$ 500 milhões para atender as demais culturas: algodão, soja, milho, arroz, trigo, etc.

“Não podemos permitir que os avanços conquistados até aqui com eficiência e dinamismo do produtor empreendedor se perca pela falta de visão estratégica do governo com os produtos agrícolas brasileiros. Vamos entrar nessa causa e fazer que o Brasil continue entre os grandes exportadores e produtores de algodão. É nosso orgulho nacional, temos que ter compromisso com o setor”, frisou o deputado federal Homero Pereira (PR-MT).

A articulação política na Câmara será incumbência do deputado Homero; e no Senado, senador Gilberto Goellner (DEM-MT).

O objetivo da Abrapa é que a reserva de recursos na rubrica de R$ 1,2 bilhão eleve para pelo menos R$ 3 bilhões. Menos que isso, irá comprometer várias culturas, especialmente, algodão e milho, os mais prejudicados com a diminuição de crédito oficial.

“Essa mobilização política é importante, pelo menos, neste momento de retração do mercado internacional. Assim que houver retomado o crescimento do consumo, o produtor não precisará tanto do incentivo governamental”, observou Homero Pereira.