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Sábado, 18 de maio de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Negociador-chefe de clima do Brasil corta expectativa para metas pré-Copenhague

As negociações para a Conferência da ONU sobre Mudança Climática estão em "uma fase muito difícil" e é possível que se chegue a Copenhague sem consenso sobre metas de redução de emissões e financiamento, disse nesta sexta-feira (16) em coletiva o negociador-chefe do Brasil para o assunto, Luiz Alberto Figueiredo Machado.


A afirmação dele, diretor de Meio Ambiente do Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores), contradiz percepção otimista divulgada nesta quinta-feira (15) de Suzana Kahn Ribeiro, secretária de Mudança Climática do Ministério do Meio Ambiente. "A declaração política será feita antes de Copenhague, disse ela.

Do outro lado, diz Machado que "há neste momento uma preocupação bem grande com uma possível estagnação das discussões".

Segundo o diplomata, que participou da recente rodada de negociações realizada em Bancoc, os "pontos cruciais" são as metas de cortes na emissão de gases que provocam o efeito estufa e as ajudas financeiras às nações em desenvolvimento.

Machado disse que ainda falta uma rodada de discussões que será realizada em Barcelona (Espanha) a partir do dia 2 de novembro, mas apontou que tudo indica que será "muito difícil" conseguir um consenso antes da Cúpula de Copenhague, que será realizada entre 7 e 18 de dezembro.

Financiamento

Sobre o financiamento para a redução de emissões em países menos desenvolvidos, disse que as nações mais ricas não parecem dispostas a aceitar propostas como a formulada pelo Grupo dos 77, que coloca que o mundo mais desenvolvido destine 0,5% de seu Produto Interno Bruto (PIB) à ajuda que os mais pobres precisam.

O montante desse financiamento varia, segundo diversos estudos, de US$ 100 bilhões a US$ 400 bilhões anuais e, assim como não está de todo definido o número, também não se chegou a um acordo sobre os mecanismos mediante os quais poderia ser oferecido, disse o diplomata brasileiro.

Quanto às metas de redução de emissões, Machado disse que há sensíveis diferenças em relação à utilização ou não dos mecanismos de compra de créditos de carbono, mediante os quais os países mais industrializados financiam projetos ambientais nos menos desenvolvidos e assumem como sua a cota de diminuição da emissão de gases poluentes.

O problema, segundo o diplomata, é que as metas dos países mais industrializados para Copenhague incluiriam esses créditos de carbono, enquanto, no caso dos países mais pobres, suas reduções só dependerão de "esforços internos".

Na opinião de Machado, tanto o financiamento da redução das emissões como o estabelecimento de metas são "cruciais" para os países em desenvolvimento, que "são os que menos contribuem com o aquecimento global e os que mais sofrem as consequências desse fenômeno".
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