O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), determinou nesta sexta-feira a suspensão do projeto de construção de um anexo à Casa Legislativa que custaria inicialmente R$ 3,4 milhões aos cofres da instituição. Cotado para disputar a vice-presidência da República na chapa da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), Temer desistiu da obra por não estar disposto a sofrer desgastes em ano pré-eleitoral.

A Câmara já havia aprovado o projeto inicialmente, mas ao chegar às mãos de Temer, o deputado vetou a proposta.

Pelo projeto, seria construída uma espécie de "expansão" do anexo 4 da Casa, onde ficam localizados os gabinetes dos parlamentares. A área técnica da Câmara já havia preparado uma minuta de edital para a contratação de empresas que fariam serviços como instalações elétricas e de incêndio para o anexo vetado por Temer.

Por meio de assessores, o presidente da Câmara disse que não está disposto a viabilizar a obra porque trabalha para "conter gastos" da instituição. Os gastos iniciais eram previstos apenas para o projeto, sem incluir a execução da obra em si.

A ideia da construção do anexo ganhou força no ano passado, depois que o ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP) vendeu a folha de pagamento dos parlamentares e dos funcionários da Casa para a CEF (Caixa Econômica Federal) e ao Banco do Brasil estimada em R$ 1,8 bilhão por ano. O contrato rendeu ao órgão cerca de R$ 200 milhões.

Os recursos da venda da folha de pagamento seriam aplicados nas obras de construção de um novo prédio e na reforma dos gabinetes dos deputados. O anexo 5, como seria chamado o novo prédio, estava projetado para abrigar um conjunto cultural com biblioteca, o museu da Câmara, além de novos gabinetes de deputados.

Com 36 mil metros quadrados, o prédio teria sete pavimentos com quatro subsolos e três andares e contaria com auditório para 120 lugares. O projeto foi idealizado pelo arquiteto Oscar Niemeyer.