A parte fluvial, da etapa de cadastramento socioeconômico e ambiental do Projeto Verde Rio foi concluída em Poconé. Dos 828 quilômetros do rio Cuiabá a serem percorridos, quinhentos já foram finalizados. Os municípios de Cuiabá, Várzea Grande, Barão de Melgaço, Santo Antônio de Leverger e Poconé receberam os pesquisadores do Instituto, que fazem o levantamento socioeconomico dos moradores e, o ambiental, das Áreas de Preservação Permanentes Degradadas – APPD. Nesse processo mais de 2 mil propriedades já foram cadastradas.

Segundo Marcelo Emanuel, um dos pesquisadores do projeto, além do trabalho de cadastramento propriamente dito, a visitação serve como oportunidade de desenvolver a conscientização ambiental, “se vocês tirarem as árvores, desbarrancam o rio. O assoreamento vai acontecer e isso, vai trazer muitos problemas, como ter que mudar a casa de lugar de novo”, ele repetiu. Os ribeirinhos, que tem uma ligação histórica e cultural com o rio, são os que mais sentem os reflexos das mudanças e os processos de degradação.

O cadastramento que foi realizado seguindo o rio, concluiu a etapa na Barra do Rio São Lourenço, em Poconé e segue agora, via terrestre, para concluir Cuiabá e Várzea Grande, subindo a Ponte Nova. Durante essa etapa, os pesquisadores conhecem a realidade dos moradores, além de fazer um laudo técnico do uso e ocupação das APPD, para posterior intervenção, com o reflorestamento.

A fase de plantio de mudas de espécies nativas, nas áreas que apresentaram problemas ambientais, já está ocorrendo no município de Santo Antônio de Leveger e, até o final do ano, a expectativa é de plantar 130 mil mudas do próprio viveiro do Instituto.

Paulo Henrique Borges, superintendente do Instituto Ação Verde, ressalta a importância do cadastramento, já que ele servirá como ferramenta para a elaboração do Planos de Adequação Ambiental, que serão executados em parceria com a SEMA e o Ministério Público Estadual. “A idéia é ecodesenvolvimento. Conhecendo a realidade de cada proprietário, seremos capazes de fazer com que suas propriedades estejam o mais próximo possível do que a legislação ambiental diz, sem causar um problema social, tornando possível o relacionamento do homem e do meio ambiente e assim, todos saem ganhando”, explicou.