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Sexta-feira, 03 de maio de 2024

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MST reafirma que CPI é "represália" por luta na revisão dos índices de produtividade

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) reafirmou nesta quinta-feira que a criação da CPI mista no Congresso para investigar repasses do governo para ONGs (organizações não governamentais) ligadas ao movimento é uma "represália" às lutas e à bandeira da revisão dos índices de produtividade.


"A CPI contra o MST é uma represália às nossas lutas e à bandeira da revisão dos índices de produtividade. Para isso, foi criado um instrumento político e ideológico para os setores mais conservadores do país contra o nosso movimento", diz o movimento.

Até a meia-noite, governo e oposição travaram uma batalha em torno da CPI. Enquanto os governistas tentavam garantir a retirada de assinaturas, os oposicionistas ampliaram o número de parlamentares que apoiaram a investigação.

O requerimento que tinha recebido o aval de 182 deputados quando foi lido ontem em plenário, passou a ter a assinatura de 233 deputados favoráveis à CPI. O documento também ganhou o apoio de dois novos senadores. Os governistas conseguiram a retirada de 23 assinaturas.

Pelo regimento do Congresso, após a leitura do requerimento em plenário, os parlamentares têm até a meia-noite para retirarem assinaturas.

A oposição suspeita que ao menos R$ 115 milhões tenham sido desviados pelo movimento de convênios com o governo. Uma das linhas de investigação será em cima do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de São Paulo.

Três coordenadores dos núcleos de apoio do órgão no Pontal do Paranapanema exerceram funções na Cocamp, uma cooperativa criada pelo MST que é alvo de investigação da polícia por mau uso de recursos públicos.

A proposta de CPI ganhou força no Congresso depois da invasão, por integrantes do MST, da fazenda Santo Henrique, na divisa dos municípios de Iaras e Lençóis Paulista, em São Paulo, que resultou na destruição de parte do laranjal da propriedade.

A comissão será formada por 12 senadores e 12 deputados --os governistas são maioria. A oposição sustenta que vai reivindicar um dos cargos de comando da comissão: a relatoria ou presidência.

A relatoria é o mais cobiçado porque cabe ao relator conduzir as investigações sobre supostas irregularidades. 'Nós vamos brigar para que um dos cargos fique com a oposição', disse o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO).

Os líderes governistas vão começar a trabalhar para ocupar a relatoria e a presidência da comissão. A ideia é evitar desgaste ao Palácio do Planalto e ainda ampliar o rol de investigados, colocando entre as análises entidades ligadas ao agronegócio que também recebem recursos da União.

Com essa estratégia, os governistas querem pressionar a bancada ruralista com a ameaça de investigar a CNA (Confederação Nacional da Agricultura) e a OCB (Organização das Cooperativas do Brasil).

A CNA é comandada pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO), que assinou com o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) o requerimento que pediu a criação da CPI mista.
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