Nada menos que 8 entre 10 pessoas soltas pela Justiça de Mato Grosso voltam a cometer crimes, entre eles o homicídio. “Números como esses criam a sensação de impunidade aos criminosos e preocupam a sociedade”, avaliou o comandante geral da Polícia Militar (PM), coronel Campos Filho, sobre a estatística de 80% de residência criminal nos meses de janeiro a setembro de 2009, em coletiva à imprensa no Comando Geral, nesta terça-feira (27).

“Não adianta nada prendermos um bandido durante a manhã e ele estar solto à noite”, disse o comandante geral, que considera os reincidentes um dos principais fatores no aumento da criminalidade. Para resolver o problema, Campos Filho sugeriu novamente, a exemplo da última apresentação do balanço da PM, uma revisão da legislação penal.

Segundo ele, não há eficácia se a polícia prende alguém para mais tarde as leis garantirem a liberdade dos criminosos. Como exemplo de um caso como este, o coronel citou o caso de Welington Santana (nome incompleto), acusado de praticar vários estupros e reconhecido por quatro vítimas, solto menos de 24 horas após a prisão.

“Como se sente uma vitima de estupro, um crime não aceito nem mesmo por outros criminosos, que vê o estuprador preso de manhã e à noite o vê passando em frente à sua casa e rindo?”, afirmou o comandante geral.

Campos Filho informou que neste ano foram expedidos 2.059 alvarás de soltura somente para detentos do presídio Pascoal Ramos. Além disso, para ilustrar a situação, o comandante geral citou o caso de Denis Ferreira, com dez passagens pela polícia, entre elas cinco homicídios, que a exemplo de Welington Santana está em liberdade.