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Terça-feira, 07 de maio de 2024

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Cáceres

Dois policiais militares são indiciados por triplo homicídio

Os autores do triplo homicídio em Cáceres (225 km a oeste de Cuiabá) são dois policiais militares e contaram com a participação de uma terceira pessoa, que já está presa, conforme as inestigações da Polícia Civil.

 Os autores do triplo homicídio em Cáceres (225 km a oeste de Cuiabá) são dois policiais militares e eles contaram com a participação de uma terceira pessoa, que já está presa, conforme as inestigações da Polícia Civil. O crime ocorreu no dia 18 de setembro deste ano e teve como vítimas Edinaldo Frazão Bezerra (“Baixo” ou Márcio”), Alex Sandro Lopes de Araújo e Henrique Francisco Lopes (“Alcides”). Os corpos deles foram encontrados em pontos distintos da estrada que liga Cáceres a Porto Estrela, dias após os crimes.



Segundo informações da assessoria de imprensa da Polícia Civil, as investigações comandadas pelo delegado Rogers Elizandro Jarbas, do Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) de Cáceres, chegaram aos autores Orlandino Rodrigues Gomes e José Carlos Neves Gomes, ambos policiais militares lotados em Mirassol D’Oeste (300 km a oeste de Cuiabá) e o terceiro envolvido Valcir Soares de Jesus, preso na sexta-feira passada, dia 23. Os criminosos foram indiciados por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica.

A motivação estaria ligada à venda de três chácaras na região. De acordo com o delegado Jarbas, entre os dias 14 e 18 de setembro as três vítimas negociaram com Orlandino Rodrigues e José Carlos a venda de três chácaras localizadas na região de Facão, cerca de 20 quilômetros da cidade de Cáceres. O negócio foi intermediado por Vanderlei Ferreira, que recebeu como comissão um veículo Fiat Uno que pertencia à vítima Alex Sandro. Os imóveis rurais foram adquiridos e colocados em nome do PM Orlandino Rodrigues, da nora e da cunhada dele.

Segundo as investigações, no dia 18 de setembro os policiais se encontraram com as vítimas Edinaldo, Alex Sandro e Alcides, e conversaram sobre a aquisição de 22 quilos de pasta-base de cocaína, que seriam entregues a Edinaldo e Alex Sandro supostamente como pagamento pela venda das chácaras, naquele dia e num dos imóveis comprados.

Após o encontro, os policiais Orlandino e José Carlos, na companhia de Alcides, saíram num veículo VW/Gol de cor branca que Orlandino adquirira de Edinaldo dias antes, em direção a uma chácara existente na região do Facão. Minutos depois, Edinaldo e Alex Sandro saíram em direção ao imóvel, em uma motocicleta marca Yamaha, modelo YBR 125, cor vermelha.

No local já se encontrava Valcir Soares de Jesus, contratado para auxiliar os dois executores após os assassinatos, ficando primeiro responsável por afastar as pessoas que fossem à chácara naquele dia e também por auxiliar no transporte dos corpos e realizar a limpeza do local. Para tanto, receberia R$ 3 mil.

Logo que chegaram à chácara, os três (Orlandino, José Carlos e Alcides) desceram do carro e passaram a conversar normalmente. Instantes depois, um dos autores foi para detrás da casa e alvejou Alcides na cabeça, com disparos de arma de fogo. Em seguida, Edinaldo e Alex Sandro foram executados com disparos de arma de fogo.

Valcir Soares de Jesus disse ainda que ajudou os policiais na acomodação dos corpos no porta-malas do veículo Gol branco, que estava forrado com uma lona preta. Depois lavou os locais que estavam sujos com sangue e saiu com a motocicleta (marca Yamaha, modelo YBR 125, cor vermelha), que posteriormente seria entregue por outra pessoa aos familiares de Alex Sandro.

“Os corpos das referidas vítimas foram “abandonados” nas proximidades da cidade de Porto Estrela, distantes uns dos outros em aproximadamente seis quilômetros, sendo posteriormente encontrados e submetidos a exame pericial de necropsia”, explicou o delegado Rogers.

INTERROGATÓRIOS

Interrogados, Orlandino e José Carlos negaram os homicídio e afirmaram que deram uma carona para Alcides no dia 18 de setembro, deixando-o nas proximidades da Cadeia Pública de Cáceres. Alegaram ainda que ficaram durante toda a noite daquele dia no “interior de suas residências, não saindo para nada”.

O policial militar Orlandino alegou ainda que teve sua arma de fogo subtraída em Mirassol D’Oeste no dia 6 de setembro passado, tendo feito registro em 20 de setembro na Polícia Militar do município. Entretanto, sua esposa alegou que no dia 18 de setembro deixou a arma de fogo (revólver calibre 38) do marido “guardada dentro da gaveta do guarda-roupa” quando se ausentou da casa no período da tarde, contrariando a versão apresentada.

Após o crime, os três criminosos se ausentaram da cidade de Cáceres por alguns dias. Os policiais militares Orlandino e José Carlos teriam ficado escondidos no Estado de Rondônia e Valcir, escondido na casa de familiares e amigos. Valdir Soares, em seu interrogatório, disse que recebeu de Orlandino, como pagamento, uma motocicleta marca Yamaha, modelo YBR, cor preta, ano 2003 – que se encontra apreendida no Cisc – e mais R$ 200,00.

INDICIAMENTO

Os policiais militares Orlandino Rodrigues Gomes e José Carlos Neves Gomes estão foragidos, mas com as prisões decretadas pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Cáceres. Orlandino foi indiciado por três homicídios qualificados, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. José Carlos Neves Gomes vai responder por três homicídios qualificados e ocultação de cadáver. As penas para esses crimes podem chegar até a 40 anos.

O acusado Valcir Soares de Jesus, preso preventivamente, vai responder por participação nos homicídios e ocultação de cadáver. A pena é de até 10 anos de reclusão.

O inquérito policial que apurou as mortes será entregue nesta terça-feira (27) no Fórum de Cáceres.


 

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