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Domingo, 05 de maio de 2024

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‘Faço cinema de guerrilha’, diz diretor que tem 3 filmes na Mostra e outros 9 prontos

Foto: Divulgação

‘Faço cinema de guerrilha’, diz diretor que tem 3 filmes na Mostra e outros 9 prontos
Os cinéfilos que estão acompanhando de perto a programação da 33ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo já devem ter reparado que o cineasta Evaldo Mocarzel tem três filmes selecionados pelo evento. O diretor não faz parte de nenhum festival paralelo nem o conjunto de sua obra está sendo homenageado. Ele simplesmente produz filmes, a cada ano, em ritmo vertiginoso.


“Eu faço cinema de guerrilha. Tem que ser no esquema ‘Jack, o estripador’, principalmente o documentário. Do contrário, tem coisas que se perdem. Eu chego lá e garanto o material. A montagem e a finalização depois vejo como fazer”, conta o cineasta. E para quem acha que três filmes numa mesma Mostra é muita coisa, ele avisa: tem outros nove prontos, quatro em finalização e mais seis em montagem.

“Com a tecnologia digital, tudo ficou mais fácil. Criou-se possibilidades, democratizou muito o cinema. Quem quer, faz. A arte acontece também do entusiasmo. Se ficar dependendo do orçamento ideal, não se realiza nada.”

Na Mostra, Mocarzel tem dois longas com o mesmo título, “BR3”, sendo que um é ficção e outro, documentário. Os dois tratam da encenação do Teatro da Vertigem no rio Tietê, da peça de Bernardo Carvalho. “Fiquei louco com o espetáculo e preocupado com a fragilidade daquilo. Se eu não fizesse naquele momento, teria se perdido. Ficou dois meses e meio em cartaz e nunca mais voltou. Fui lá, na loucura, e filmei com oito câmeras”, lembra, orgulhoso. “O Teatro da Vertigem ajudou com um dinheirinho, e paguei um pouco do meu bolso. Todos que trabalharam, receberam.”

Para o cineasta, que ainda teve um outro longa, "Quebradeiras", selecionado para o Festival de Brasília, a mecânica do “cinema de guerrilha” não implica em contar com profissionais trabalhando de graça. “Produzir bastante faz com que os parceiros acreditem em você. Às vezes, é um projeto de pouco dinheiro, mas que tem importância artística. Nem todo mundo gosta de fazer anúncio. Só acho que todo mundo envolvido precisa receber. E tem várias formas. Às vezes você tem que pagar do seu bolso, às vezes consegue se associar a outra produtora, por exemplo.”

Ele critica filmes como ‘Colin’, do britânico Marc Price, que também está na Mostra e cujo orçamento anunciado é de apenas US$ 75. “Desde ‘El Mariachi’ até ‘A bruxa de Blair’ existe o marketing do superindependente. As pessoas fazem tudo de graça para depois o diretor ganhar. Não acho certo. Tem que adaptar os cachês à estrutura do filme”, conta.

“El Mariachi”, filme de 1992 dirigido por Robert Rodriguez, foi feito com US$ 7 mil e arrecadou mais de US$ 2 milhões. Já o fenômeno “A bruxa de Blair”, de 1999, teve orçamento estimado em US$ 60 mil e faturou nada menos que US$ 140 milhões apenas nos Estados Unidos.

“Cada filme é uma realidade, e eu sou muito transparente com relação ao orçamento do projeto. No ‘À margem do lixo’ [sua terceira produção em cartaz na Mostra], por exemplo, ganhei um edital do governo do Estado de São Paulo de R$ 405 mil. Aí a relação com os profissionais é outra. Mas a arte não é só mercantilismo, espetáculo e divertimento. É aventura.”

"BR3" (Ficção)

Sábado (31), às 14h, no HSBC Belas Artes 2

"BR3" (Documentário)

Terça-feira (3), às 13h30, no Espaço Unibanco Augusta 3

"À margem do lixo"


Segunda-feira (2), às 13h30, no Espaço Unibanco Augusta 3
Terça-feira (3), às 16h30, na Cinemateca

"Colin"

Quarta-feira (28), às 22h20, no Cinema da Vila
Quinta-feira (29), às 20h30, no Espaço Unibanco Pompéia 2
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