"Vim para o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura) pra dar a cara a tapa e para fazer a diferença e não serei omisso, jamais", desabafou o diretor geral daquele órgão, Luiz Antonio Pagot, durante audiência na Comissão Especial da Câmara dos Deputados criada com objetivo de discutir o Código Florestal, realizada durante toda tarde de terça-feira (3).

Sem conseguir esconder sua irritação, em resposta a uma indagação do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) a respeito da concentração do poder da fiscalização do Ibama (Instituto Nacional Meio Ambiente), nas "mãos de apenas seis técnicos", Pagot 'chutou o balde' e, exaltado, reafirmou que o órgão ambiental "não tem condições" de fazer frente ao volume de obras em andamento no país.

Segundo Pagot, nos últimos 24 meses, o Dnit fez 77 solicitações ao Ibama mas apenas 15 foram atendidas pelo órgão de licenciamento ambiental. "Temos que ser mais céleres nos projetos ambientais porque o país precisa de uma nova dinâmica", ponderou Pagot, ao observar que a mudança na legislação em vigor é "trava o desenvolvimento".

"Hoje, para obter a licença, temos que fazer os estudos e relatórios de impacto ambiental (Eia/Rima), audiência 'pública. Só temos conseguimos obter  licença prévia e depois a da instalação. Até ae tudo bem, mas as condicionantes e a demora em todo o processo é que nos deixa indgnados, porque tudo pode levar até dois anos", salienta Pagot.