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Domingo, 29 de setembro de 2024

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Bioma

Pantanal

Foto: Reprodução

Pantanal
Um Bioma Sustentável por Natureza A Fauna rica e diversificada se mistura em meio da exuberância da Flora, que abriga e sustenta a Pecuária extensiva, principal atividade econômica do Pantanal, um dos mais variado, equilibrado e preservado ecossistema do Brasil. Nesse Bioma é possível assistir a relação de vida em perfeita harmonia entre a vegetação nativa, animais silvestres, gado e o homem. No Pantanal o gado se alimenta de capim nativo, sendo a maioria composto pela espécie gramíneas, o que fez a região ser vista como ideal para a prática da pecuária de baixo custo, contando ainda com o fato de ser feita de forma sustentável e sem agredir o meio ambiente. O pantaneiro sempre disse que o Pantanal é um grande centro de ensino, lá além de aprender a respeitar, preservar e conservar o meio ambiente, aprende-se a lição da solidariedade, ou de “companheirismo” como prefere falar o pantaneiro. Essas lições foram repassadas por séculos aos ancestrais dos que vivem na região, que por ser uma área distante de cidades, sem vias de acesso e inóspita, tem como base a união entre fazendeiros e peões para realizar os diversos trabalhos que ali são necessários. Sem essa união e cooperação o Pantanal não seria viável para a prática da pecuária. A região antes vista como ideal para a criação de gado, aos poucos foi perdendo capital, diminuindo seu rebanho e volume na economia nacional, principalmente pelo crescimento da pecuária praticada em terras altas. As grandes propriedades já não se sustentavam mais, muitas foram fracionadas e as terras do Pantanal passaram a ser administradas por pessoas de fora, que não conheciam a maneira correta de trabalhar na região, o que acabou causando grandes prejuízos a tão preservada Fauna e a Flora pantaneira. Alguns proprietários ainda tentaram diversificar as atividades da sua propriedade com o turismo, porém a falta de recursos e principalmente conhecimento e mão de obra especializada, muitos acabaram por ter de vender e sair da região de vez. Hoje o Pantanal vive uma fase de transição, pelo menos na esperança, pois devido ao baixo custo na produção de bezerros, da prática de uma pecuária sem agressões ao meio ambiente, faz com que o Pantaneiro possa ver uma luz no final do túnel. O tão falado “filão do Pantanal“, nada mais é que justamente a sustentabilidade que o homem pantaneiro praticou a mais de dois séculos. Com as questões ambientais pegando para todos os lados, o Pantanal passou a ser visto novamente como viável para a exploração da pecuária. Nessa corrida para voltar a ser produtiva e forte economicamente, o Pantanal corre só, pois seu Bioma tem características únicas e requisitos e singulares, que fazem a região ter como bandeira a sustentabilidade. Ainda falta muito para que o Pantanal volte a ter grandes rebanhos e expressivo volume financeiro, até porque como se sabe, muitos que detém a posse de terras no Pantanal não são pantaneiros, não tem a paciência de aprender com o local, com o ciclo das águas e principalmente, não amam o Pantanal. Porém, o principal motivo é a falta de apoio dos Governos. Estes pouco ou quase nada fazem pelo Pantanal, a não ser citar seu potencial turístico, sua Fauna exuberante e usar suas imagens para promover seu Estado ou país. Enquanto não for executado um plano de proteção e recuperação do Cerrado que consequentemente vai repercutir no Pantanal e não for feito investimentos na região para recapitalizar o pantaneiro, tanto o Bioma do Cerrado quanto o tão preservado e belo Pantanal, correm risco de sofrer grandes impactos ambientais, com o agravante de que o homem pantaneiro desapareça, levando consigo sua cultura, crenças, conhecimento e principalmente sua simpatia, o que seriam males irreparáveis. Para os estudiosos que dizem que o Pantanal foi e ainda é mal explorado e conservado, digo que visitem a região por mais tempo, procurem participar das atividades diárias das localidades pantaneiras, tentem entender o que um fazendeiro ou um simples e mal alfabetizado peão tem a lhe dizer, observe o ciclo de vida dos campos pantaneiros, tenho certeza que irão chegar a mesma conclusão que o escritor do livro Miranda Estância, Cezar Augusto Benevides chegou quando disse: “O que esta em extinção no Pantanal é o homem, não os bichos.” Vladimir Bouret é Servidor Público, e um pantaneiro encravado na cidade.

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