Quando se trata de matar bactérias, fungos e similares, a prata é ótima. De fato, íons de prata são agentes antimicrobiais tão eficazes que agora há centenas de produtos para os consumidores que contêm pequenas quantidades do metal, na forma de nanopartículas que liberam íons lentamente com o tempo.

Entre os produtos, encontramos meias, cujas nanopartículas de prata ajudam a controlar o odor. Porém, as meias e outros produtos têxteis antimicrobiais precisam ser lavados, o que aumenta a possibilidade de que alguma quantidade de prata acabe indo para na água que vai para o esgoto. O impacto do aumento da quantidade de prata no ambiente é tema de estudos e debates; entre as preocupações, a de que a prata pode matar bactérias benéficas e outros pequenos organismos.

No entanto, os produtos são relativamente novos, então pouco se sabe sobre a quantidade de prata que é perdida durante uma lavagem, e como isso ocorre. Agora, em um estudo publicado no jornal "Environmental Science and Technology", cientistas dos Laboratórios Federais Suíços para Pesquisa e Teste de Materiais preencheram algumas das lacunas.

Testando nove têxteis que continham prata, incluindo duas marcas de meias, Bernd Nowak e colegas encontraram grandes variações na quantidade de prata liberada na primeira lavagem, de menos de 1% a cerca de 45%. Grande parte da prata estava na forma de partículas não refinadas maiores de 450 nanômetros, sugerindo que o estresse mecânico da máquina de lavar roupas foi responsável por grande parte dessa liberação.

Os pesquisadores sugerem que essas partículas, que podem incluir pedacinhos de fibra e agregados de nanopartículas, merecem estudos mais aprofundados, tanto para determinar sua composição precisa quanto para saber como elas se comportam quando chegam à água que vai para o esgoto.