O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) disse nesta quinta-feira (12) que o núcleo de comunicação do governo Lula, por pensar que o povo brasileiro é alienado, tenta passar uma borracha em todos os escândalos e até negar suas existências. Ele repudiou declaração do ministro da Justiça, Tarso Genro, que classificou como "micro incidente" o apagão de energia elétrica ocorrido na última terça-feira (10).
- Os integrantes do governo precisam encarar esse problema, que não é micro, com humildade e responsabilidade. Já pensou o cidadão trabalhador, que acordou no dia seguinte e encontrou a sua comida deteriorada por causa do apagão, ouvir o ministro Tarso Genro dizendo que não foi nada, foi um micro problema? É um desrespeito - afirmou.
Heráclito mencionou um debate entre os deputados federais Fernando Ferro (PT-PE) e José Carlos Aleluia (DEM-BA), no canal de TV a cabo Globo News. Segundo o senador, Fernando Ferro disse que "o apagão é como acidente de avião". Já Heráclito assinalou que em 85% dos acidentes aéreos, a culpa é do piloto.
- Está na hora do governo apontar quem pilotou esse apagão. Temos que respeitar a população que sofreu de maneira direta e indireta com o apagão - afirmou.
O senador lembrou que já se passaram sete anos do governo Lula e os problemas antigos não foram corrigidos. Ele salientou que o governo anuncia crescimento da economia, mas não estava preparado e não investiu o que deveria na infra-estrutura. O senador disse que caos não acontece apenas na energia elétrica, mas cidades grandes também estão enfrentando problemas com a falta de água.
- Não se pode culpar individualmente o ministro, a ministra ou o presidente. O problema é o conjunto da obra - observou.
Heráclito também repudiou declaração do presidente Lula sobre o mensalão. Segundo Lula, o mensalão não existiu e o que ocorreu foi uma manobra da oposição para expor o seu governo. O senador perguntou o que faz então o Supremo Tribunal Federal (STF) julgando 40 ex-membros do governo.
Na avaliação de Heráclito, o presidente Lula não deveria subestimar o povo e o mensalão foi uma tentação que explodiu logo no começo do governo, quando os petistas teriam começado a "abandonar seus fuscas por aqueles carros de luxo importados", a trocar "os ternos da Casa Colombo" pelos da grife Ricardo Almeida e a largar a "comida dos bandejões" pela dos melhores restaurantes.
O senador Mário Couto (PSDB-PA) disse, em aparte, que no Brasil vale a letra da música: "você não vale nada, mas eu gosto de você". Ele disse que o povo sabe que o "Lula não vale nada", mas dá bolsa-família e quer dar até telefone celular.
