Enquanto a população mundial se alarmava por causa da H1N1, vulgarmente conhecida como gripe suína, outra inimiga da saúde continuava se propagando: a dengue. De acordo com a médica da Vigilância Epidemiológica do Estado, Silbene Lotufo, outro entrave para a eliminação da doença no estado é a dificuldade de capacitar os profissionais de saúde no estado. “Muitos médicos não têm tempo para participar da capacitação”, explica.

Lotufo é a mediadora da palestra/debate "Diagnóstico e Manejo Clínico da Dengue" que, segundo ela, já percorreu todos os municípios de Mato Grosso. “Nossa ideia é capacitar os profissionais, fazer com que cada médico torne-se multiplicador em sua região. Infelizmente, não é bem assim que acontece”, diz.

A mediadora não sabe precisar o número de médicos que não fizeram a qualificação, e supõe que o acúmulo de empregos seja o principal motivo para a não-participação de alguns profissionais.

“O maior perigo é a automedicação, ir à farmácia e comprar o próprio remédio. Quando aparecerem os sintomas é preciso procurar atendimento médico, a dengue é uma doença com grandes chances de se tornar grave”, alerta Lotufo. A médica também explica que o “grupo de risco” da dengue é o mesmo da H1N: “pessoas idosas, diabéticas, gestantes e hipertensas”.

Na terça-feira 17, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, esteve em Cuiabá para intensificar as ações de prevenção da dengue. Em novembro, Temporão deu início a visitas em uma série de estados para apresentar a estratégia nacional de combate à doença.

Conforme informações do balanço parcial do Ministério da Saúde, os casos em todo o Brasil caíram 46,3% nas 30 primeiras semanas de 2009 em relação ao mesmo período de 2008. Este ano, foram registrados 406.883 pacientes contra 758.051 no ano passado.

Em julho deste ano, o Ministério lançou as Diretrizes Nacionais para Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue, um documento inédito elaborado em parceria com estados e municípios para unificar as ações de vigilância e assistência em saúde em todo o país.

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