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INDIGNADOS

Candidatos de outros estados reclamam de gastos com concurso

22 Nov 2009 - 17:05

De Barra do Garças - Ronaldo Couto - Especial para Olhar Direto

A notícia do cancelamento do concurso público causou revolta também em Barra do Garças (504 km de Cuiabá). Os candidatos estavam chegando aos locais de provas por volta das 13h30, quando foi anunciada a anulação, o que detonou a revolta generalizada.


Enquanto alguns saíram xingando e reclamando da falta de organização por parte do Estado, a maioria dos candidatos não entendia o que estava acontecendo. O polo de Barra do Garças contou com 12.702 candidatos inscritos, sendo mais de 4 mil de outros estados.

A cidade estava lotada desde sábado com a chegada de candidatos de fora na expectativa de realizar a prova do maior concurso público do país, previsto para este domingo (22). Daniel Radi, 32 anos, faz parte de um grupo de 17 pessoas do interior de São Paulo, das cidades de Franca, Ribeirão Preto e São Joaquim da Barra, para concorrer a uma vaga de delegado de polícia.

Radi explicou que cada um do grupo gastou em média R$ 800 com as despesas de viagem e admitiu a possibilidade dos membros da caravana recorrerem à Justiça para solicitar o ressarcimento do prejuízo. “Nós andamos 980 quilômetros, sem contar o estresse e a expectativa para a prova”, completou.

Deise Pádua, 35 anos, chamou de vergonhoso para Mato Grosso o possível vazamento da prova que redundou no cancelamento do concurso. Flávia Costa, 27 anos, ainda mais revoltada, contou que leu na imprensa que já havia suspeita sobre a idoneidade da empresa contratada para auxiliar a Unemat na aplicação das provas.

"Nós somos de fora, mas esperamos que vocês que são aqui do estado cobrem uma atitude do Ministério Público sobre essa situação. A maioria aqui está desempregada e lutando por um emprego, agora quem vai pagar esse prejuízo?", questionou a candidata.

Outro número grande de candidatos veio da cidade de Goiânia (GO), com mais de 20 ônibus e superlotou os hotéis e pousadas do município. No hotel Serra Azul, um grupo que veio de Goiânia reclamou muito da anulação. Priscila Pires dos Santos, 28 anos, informou que está desempregada há três anos e gastou R$ 300 com hospedagem e alimentação para vir a Barra do Garças.

Priscila veio com o intuito de fazer o concurso de escrivã da Polícia Civil e comentou que nem sabe se conseguirá vir de novo para a próxima prova. A colega dela Suzy Carvalho Neves faria a prova para contadora e reclamou da displicência da organização do concurso mesmo depois do que aconteceu com o Enem, também cancelado com suspeita de fraude.

“Precisa ter mais segurança na aplicação de concursos para evitar um transtorno como este”, salientou. O jovem Rodrigo Farias Neto, que iria concorrer para delegado, entende a revolta dos colegas de fora, mas destaca que a decisão do Estado em cancelar o concurso também protege o direito de igualdade dos candidatos. “Se realmente havia indícios de fraude, eu acredito que o Estado agiu certo em cancelar a prova”, comentou.

O garoto Tiago Vinicius, 20 anos, comunicou à mãe, por telefone, que não houve a prova. Ele veio de General Carneiro, localizado a 60 km de Barra do Garças, e apesar de não reclamar dos gastos, admitiu a frustração por não realizar a prova: “Vamos ter de esperar um pouco mais”.

Os ônibus começaram a sair de Barra do Garças por volta das 14h30, retornando para as cidades de origem do interior de Goiás, São Paulo e Tocantins e também de Brasília.
 
A partir de agora todos ficam na expectativa de uma nova data para o concurso.
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