28 Fev 2009 - 22:25
Terra
Primeiro, os episódios eram muito realistas do ponto de vista técnico: diagnósticos, drogas e doses eram citados com uma precisão que impressionava o quase-médico que eu era. Mas acho que o principal era que eu podia reconhecer alguns dos mesmos conflitos e dramas pessoais que eu vivia no hospital - só que coloridos pelo glamour da ficção. Professores arrogantes quebravam a cara, residentes farsantes eram desmascarados e os pacientes ficavam eternamente agradecidos aos seus salvadores.
Lembrando Aristóteles, desde os tempos da tragédia grega é assim: nós nos identificamos com nossos heróis e, vivendo com eles seus dramas e paixões, "purgamos" (para usar um antigo termo médico) nossos medos e angústias. E assim, eu estava pronto para mais uma semana de plantões, noites mal dormidas e broncas de professores.
Agora, por que pessoas que nada tem a ver com o mundo médico se interessaram pelo E.R., perguntem ao George Clooney...