O francês Jérôme Valcke, o secretário-geral da Fifa, é o mais atarefado cartola nos dias que antecedem o sorteio dos grupos da Copa de 2010.

Mas ainda encontra tempo para gracejos e para cumprir o papel de garoto-propaganda.

O dirigente, que é o maior crítico do Morumbi para o Mundial de 2014, é quase onipresente no centro de convenções da Cidade do Cabo, que vai abrigar na sexta-feira a cerimônia que definirá as chaves da Copa.

Segundo o francês, o estádio do São Paulo não tem condições para abrigar a abertura da Copa no Brasil. De acordo com o último relatório da Fifa sobre o assunto, o Morumbi poderá receber, no máximo, partidas das oitavas de final do torneio.

Valcke anunciou os cabeças de chave. Também foi o responsável por falar sobre segurança e hospedagem para 2010.

Ele será o mestre de cerimônias do sorteio, quando irá compartilhar o palco com a bela Charlize Theron, por quem se desmanchou em entrevista terça-feira ao anunciar os convidados da festa de sexta.

Ontem, cerca de 15 minutos depois de anunciar os cabeças de chave, o francês voltou à sala de entrevistas para anunciar um prêmio da Hyundai, uma das patrocinadoras da Fifa, ao melhor jogador jovem no próximo Mundial.

E começou seu discurso como se estivesse fazendo propaganda para a montadora sul-coreana, a quem também elogiou pela doação de carros e ônibus para os sul-africanos.

"Eu tenho um Hyundai, sei as qualidades do carro", declarou o cartola francês, que segue assim os passos do suíço Joseph Blatter, seu chefe.

O atual presidente da Fifa, nos tempos em que a entidade era controlada pelo brasileiro João Havelange, ganhou notoriedade por sua desenvoltura em eventos públicos da federação, especialmente os sorteios das Copas, e por sua eloquência em entrevistas.

Agora, Blatter está mais contido. Só ontem à tarde, depois de reunião do Comitê Executivo da Fifa, ele apareceu publicamente na Cidade do Cabo nesta semana.