A presidente do PMDB, deputada Iris de Araújo (GO), cobrou nesta terça-feira que todos os integrantes do partido deixem os dez cargos que ocupam no governo do Distrito Federal, mas afirmou que é preciso aguardar a apuração dos fatos pela Polícia Federal (PF). "Não podemos antecipar julgamento, muito menos cometer injustiças", disse.

Para a deputada, as denúncias de corrupção apresentadas nos últimos dias pela PF na operação Caixa de Pandora "provocam indignação e açoitam a imagem dos segmentos políticos". De acordo com Iris, na quarta-feira a Executiva Nacional do PMDB se reunirá para tomar uma clara posição a respeito.

Segundo a parlamentar, a solução para essa crise que se instala na política brasileira é a apuração e punição dos culpados. "Não há instituições que possam suportar eternamente uma carga tão intensa de crises e de questionamentos no plano ético como a que se verifica no Brasil neste últimos tempos", disse.

Entenda o caso
O mensalão do governo do DF, cujos vídeos foram divulgados no final de novembro, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada.

O governador José Roberto Arruda aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro. As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada. Em pronunciamento oficial, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram "regularmente registrados e contabilizados".

As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário.