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Sábado, 27 de julho de 2024

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Senado dos EUA aprova versão final e pacote segue para Casa Branca

O Senado dos EUA aprovou, por 60 votos a 38, a versão final do pacote de estímulo à economia americana, de US$ 787 bilhões, horas depois de a Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados) também ter passado a medida.


A votação se estendeu durante horas, até quase 2h (no horário de Brasília), para que desse tempo de o senador democrata Sherrod Brown retornar de Ohio, onde esteve no funeral de sua mãe, para a votação em Washington.

O pacote é um dos pontos principais da agenda do presidente americano, Barack Obama, que tomou posse no dia 20 de janeiro.

A medida já havia sido aprovada pela Câmara no dia 28 do mês passado, mas apenas na terça-feira (10) o Senado a aprovou, mas com alterações: os deputados aprovaram o projeto com um valor de US$ 819 bilhões, enquanto os senadores elevaram a conta para US$ 838 bilhões. A medida foi aprovada por 246 votos a 183. Para entrar em vigor, o pacote precisa agora apenas receber a assinatura de Obama.

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A versão "harmonizada" do texto que foi aprovada hoje é o produto de negociações ocorridas entre representantes das duas casas legislativas nesta semana, mas o processo para que se chegasse a um acordo sobre o valor do projeto teve diversas etapas. Antes de chegar à Câmara, o valor estava em US$ 825 bilhões; ao sair de lá, ficou em US$ 819 bilhões. Até ser posto em votação no Senado, chegou a passar de US$ 900 bilhões; pouco antes de ser votado pelos senadores chegou a recuar para US$ 829 bilhões; finalmente, foi aprovado com o valor de US$ 838 bilhões. Até a aprovação de hoje, o pacote estava em US$ 790 bilhões.

Obama disse hoje, horas antes da votação na Câmara, que a aprovação do pacote era "crucial, mas apenas um primeiro passo". Ele disse que é preciso uma reforma "abrangente" no sistema financeiro, "de forma a restaurar a circulação de crédito e a confiança, para que crises como a atual não ocorram de novo".

Nesta semana, o setor financeiro foi mais uma vez alvo das atenções com o anúncio de um programa para resgatar o setor bancário. O secretário do Tesouro, Timothy Geithner, esboçou as linhas gerais do plano, que envolve a criação um fundo de investimento dos setores público e privado, com participação do Departamento do Tesouro, Federal Reserve (Fed, o BC americano), FDIC (Corporação Federal de Seguro de Depósito, na sigla em inglês) e de investidores privados.

O programa para resgatar bancos não chegou a impressionar o mercado financeiro, no entanto, e o movimento nas Bolsas tanto dos EUA como da Europa e da Ásia foi fraco nos últimos dias. A falta de detalhes sobre como irá operar esse plano decepcionou investidores e analistas.

O pacote de estímulo, por sua vez, mesmo tendo sido "harmonizado", não se tornou um consenso entre os legisladores. Antes da aprovação, os republicanos ainda mantinham a opinião de que o pacote vai apenas estimular gastos supérfluos do governo. O deputado republicano Jerry Lewis, da Califórnia, disse que o projeto faz muito pouco para financiar construções de estradas, estruturas de contenção de enchentes e outras obras públicas.

Para ele, o pacote é uma receita para programas governamentais superdimensionados que vão sobrecarregar os contribuintes com um fardo fiscal que vai se prolongar para muito longe no futuro, segundo o diário norte americano "The New York Times" ("NYT").

Os democratas, por sua vez, sustentam a visão do presidente Obama, de que o pacote é "crucial". "O país precisa desse pacote", disse, segundo o "NYT", o deputado David Obey, de Wisconsin.

O presidente Obama, em um pronunciamento hoje na Casa Branca para a associação de empresários Business Council, disse que a diversidade de pontos de vista é o "fluido vital da nossa democracia, e o debate desses pontos de vista é a forma de aprendermos com as perspectivas uns dos outros".
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