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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

Notícias | Educação

Ministério Público quer punir faculdades por trote

O Ministério Público Federal em São Paulo quer punir as faculdades que permitem abusos em trotes contra calouros. Para o procurador Jefferson Aparecido Dias, se uma faculdade não impede que os mais velhos tomem dinheiro dos novatos, por exemplo, a entidade é coautora no crime de extorsão.


Dias é o procurador responsável por São José do Rio Preto e acompanha o caso ocorrido ontem em Catanduva (385 km de SP), onde pelo menos 15 estudantes tiveram de se despir em um viaduto. Nesse episódio, ninguém ficou ferido. As fotografias da cena foram publicadas na internet.

O procurador disse que o Ministério Público Federal tem de acompanhar a conduta das faculdades, uma vez que elas se reportam ao Ministério da Educação, e punir as instituições que são coniventes --por ação ou omissão-- com os constrangimentos. "Elas [faculdades] se defendem dizendo que consta proibição [aos trotes] no regimento interno. Mas não me parece que isso é o suficiente."

O procurador afirma que deve adotar medidas que vão desde uma recomendação de ajustes para a faculdade até a abertura de uma ação civil pública contra as entidades.

"As faculdades têm um ano inteiro para se preparar [para a chegada dos novos alunos]. Mas todo ano temos que conviver com essas cenas", disse.

Dias argumenta que ainda não tem as informações sobre o caso de Catanduva. Por isso, ainda não pode falar especificamente sobre esse episódio. Mas diz que vai contatar os procuradores de Leme (189 km de SP) e Santa Fé do Sul (625 km de SP), que registraram trotes violentos, para que adotem a mesma conduta.

De acordo com o procurador, além das ações civis, a faculdade pode ser punida criminalmente por crimes praticados por veteranos. Mas, segundo o procurador, a competência nesses casos é do Ministério Público Estadual.

O coordenador da Faculdade de Medicina de Catanduva, José Alves de Freitas, disse que no ano passado 13 alunos foram suspensos por uma semana após aplicar trotes nos calouros. Ele afirma que, neste ano, os alunos ligados ao trote de ontem serão "desligados" da instituição. "Ontem [anteontem], no fim da tarde, falamos para eles [calouros] irem para casa, porque havia gente [veteranos] querendo jogar farinha neles", disse.
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