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Sexta-feira, 03 de maio de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Obama pressiona China para acordo na conferência do clima

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, exortou os líderes mundiais a chegarem a um acordo --não importa o quão imperfeito seja-- para enfrentar o aquecimento global e monitorar se países estão cumprindo os cortes de emissões prometidos.


De acordo com o jornal "The New York Times", os comentários parecem ser uma alusão à resistência da China sobre a questão da vigilância na mitigação de emissões --que se tornou um obstáculo teimoso nas negociações e uma fonte de tensão entre a China e os Estados Unidos, os dois maiores emissores de gases de efeito estufa.

Obama se reuniu com o primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, em uma sessão de uma hora que um funcionário da Casa Branca descreveu como "construtiva".

Entretanto, o premiê chinês faltou às duas reuniões improvisadas pelos EUA, às quais enviou um emissário --atitude que enfureceu líderes europeus. Quando caminhava para a sala do encontro e com indícios de irritação, Obama chegou a perguntar a Wen se ele estava pronto para encontrá-lo.

O encontro entre Wen e Obama durou 55 minutos logo após o discurso do presidente norte-americano de oito minutos para a sessão plenária. Os dois líderes "deram um passo à frente e progresso", disse um funcionário da Casa Branca.

O funcionário, que falou sob condição de anonimato por causa da continuação das negociações, disse que os dois homens tocaram em todas as três questões levantadas Obama durante seu discurso: metas de emissões de todos os países, mecanismos de inspeção e de financiamento.

Obama e Wen pediu aos negociadores para se encontrar com outros países "para ver se um acordo pode ser alcançado", disse o funcionário da Casa Branca.

Ainda assim, segundo o "NYT", não ficou claro quanto progresso tinha ocorrido.

"Montanha-russa de emoções"

Diplomatas e líderes têm algumas horas para encontrar um "milagre" que respondesse ao apelo do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva para fazer com que mais de 110 líderes de nações assinassem um acordo no final da 15ª Conferência do Clima, cujo último dia ocorre em Copenhague nesta sexta-feira (18), em meio a impasses.

"É uma montanha-russa de emoções", disse o diretor de programa ambiental da ONU, Achim Steiner. A possibilidade de um acordo significativo entre negociadores agora era melhor, mas as negociações estão "em estado de crise" e os negociadores, cansados. "Mas é uma negociação em cima da mesa, é factível", disse.

Ele se refere ao novo esboço apresentado em Copenhague, no qual o tratado juridicamente vinculativo é postergado para dezembro de 2010.

O documento, intitulado Acordo Copenhague, diz que países ricos devem reduzir suas emissões de gases em, no mínimo, 80% até 2050.

O projeto aponta ainda que países em desenvolvimento devem cortar entre 15% e 30% --a percentagem é mensurada a partir de energia usada versus produção econômica.

O projeto prorroga o prazo para instauração do novo acordo --até dezembro de 2010, quando os líderes deverão adotar um tratado juridicamente vinculativo para a luta contra o aquecimento global.

O presidente Lula, que se demonstrou frustrado sobre o tratado climático. "Eu não tenho certeza se um homem sábio ou um anjo descerá a esta sessão e vai colocar em nossas mentes a inteligência que nos faltava", disse. "Eu acredito em Deus. Eu acredito em milagres".

Cúpula terminará sem acordo

A 15ª Conferência da Mudança do Clima da ONU (COP-15) acabará sem acordo entre países ricos e emergentes. Líderes optaram por fazer apenas uma declaração política, segundo fontes ouvidas pela Folha.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que há dois dias tenta mediar com o francês Nicolas Sarkozy uma saída do impasse, declarou-se "frustrado" em sessão plenária com líderes mundiais, em discurso antes da declaração final. Na plateia estão Barack Obama, Gordon Brown, Wen Jiabao, Angela Merkel e outros.

Lula fez também uma oferta de doação para um fundo global de combate à mudança climática, como antecipado pela Folha na última quarta-feira.

O secretariado da ONU responsável pela convenção do clima estuda convocar um novo encontro no próximo semestre, uma espécie de COP-15 "bis". Esta, segundo fontes que tiveram acesso à proposta, deve acontecer fora das mãos da presidência dinamarquesa.

A avaliação geral no Bella Center, sede do evento, é que a Dinamarca foi um redundante fracasso, dizem delegações de países emergentes e europeus ouvidas pela Folha. A crise de confiança provocada pela apresentação abrupta de uma proposta unilateral logo no início da conferência é uma das principais razões para o naufrágio da cúpula.

A versão de declaração que circula pelo Bella Center, resultante de horas de reunião entre os principais líderes mundiais, não estabelece metas de corte de gases-estufa para 2020. Fala-se apenas em uma redução de 50% das emissões até 2050 e genericamente de um fundo de US$ 100 bilhões para o mesmo ano, sem dizer de onde vem o dinheiro nem como ele será usado.

Em discurso duro, feito de improviso e longamente aplaudido, Lula enumerou as ações do Brasil e disse que o país estaria disposto a contribuir para um fundo se isso salvar a conferência.

"Não sei, se não fizemos até agora, um anjo ou um sábio descerá e colocará na nossa cabeça a inteligência que faltou até agora", afirmou Lula. "Todos nós poderíamos oferecer um pouco mais se tivéssemos assumido boa vontade nos últimos tempos."

O presidente também ressaltou os esforços dos países emergentes. "No Brasil tem muitos pobres, na África tem muitos pobres, na China e na Índia tem muitos pobres."

Já o americano Barack Obama, que tomou seu lugar no púlpito, criticou os países que não aceitam se submeter à verificação de suas ações --crítica velada à China. Os países desenvolvidos usam esse argumento para justificarem sua inação.

Minutos antes, Lula havia reclamado da "intrusão nos países em desenvolvimento e países pobres".
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